postado em 19/01/2015 20:38
Os passageiros que dependem de aviões para retornar das férias, podem se armar de paciência para enfrentar atrasos e confusões a partir de quinta-feira (22/1). Nessa data, aeronautas e aeroviários prometem paralisar as atividades entre 6h e 7h da manhã (horário de Brasília) e isso deve se repetir todos os dias, por tempo indeterminado. O presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac), vinculado à Central Única dos Trabalhaddores (CUT), Sérgio Dias, afirma que o horário foi escolhido porque ;é o que concentra o maior número de decolagens no país, mas nada impede que se dobre o tempo ou mesmo que mude para o período da tarde. Tudo vai depender do andamento da operação e negociações;, disse.
O presidente do Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos (Sindigru/CUT), Orisson Melo, disse que a paralisação terá um reflexo enorme nos aeroportos de todo o país, podendo ocasionar um atraso de até cinco horas nos voos nacionais e internacionais. ;No aeroporto de Guarulhos, o maior em tráfego de passageiros do Brasil, acreditamos que o impacto do atraso de uma hora será bem maior, em razão também das conexões que são feitas entre os vôos em Guarulhos e outros estados;, finaliza.
Já o comandante Rodrigo Spader, secretário geral do Sindicato Nacional dos Aeronautas, alerta que devido à reação em cadeia ;todos os vôos sofrerão atrasos;. Ele argumenta que além do reajuste de 8,5%, os pilotos querem melhoria nas condições de trabalho. ;A legislação é de 1984 e precisa ser atualizada. Antigamente não se voava de madrugada. Hoje chegamos a voar seis madrugadas seguidas. Queremo limitar para no máximo duas, pois isso impacta diretamente na segurança;, enfatizou. Ele acrescenta que se as empresas acenarem com uma folga a mais ou limite das madrugadas trabalhadas, poderiam reconsiderar a greve.
Os sindicatos dos aeronautas e aeroviários representam aproximadamente 70 mil trabalhadores. Em nota o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA) e a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) informam que a postura dos sindicatos impossilbilitou o fechamento de um acordo. Eles ofereceram 6,5% de aumento no salário mais 7% no Vale Refeição, Alimentação e diárias. Além disso, de 34 cláusulas colocada na mesa de negociação, o SNEA e a ABEAR aceitaram dois terços delas.
Quanto ao que podem fazer para evitar transtornos para os consumidores nesses dias de greve, a assessoria de imprensa da ABEAR, informou que ainda não havia nenhuma medida oficial para ser anunciada. O Ministério Público Federal afirmou, através da assessoria de imprensa, que só vai tomar alguma providência ;à partir do momento que começarem a acontecer os atrasos;.