Simone Kafruni
postado em 25/01/2015 07:45
No momento em que o Brasil vive um iminente racionamento de água e luz, e todas as atenções e angústias estão voltadas para minimizar esses problemas, pouca atenção se dá a dívidas históricas com a população. Mais de 5 milhões de famílias não têm onde morar, ou vivem de maneira precária; a energia não chegou a todos os cantos do país, deixando boa parte dos brasileiros no escuro; e a água, agora escassa no Sudeste e Centro-Oeste, nunca correu nas torneiras de muitas casas.Uma das maiores dívidas, contudo, está escondida nos subterrâneos deste país continental. Ou, o que é pior, não está. A falta de saneamento básico atinge mais da metade da população. Apenas 48,6% têm acesso à rede coletora, o que deixa 102,8 milhões de pessoas sem o serviço. Quando o assunto é tratamento de esgoto, os dados são mais alarmantes: somente 39% da população está coberta, enquanto 122 milhões de brasileiros convivem com condições precárias de saneamento.
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Para universalizar o abastecimento de água e esgoto são necessários investimentos de R$ 304 bilhões até 2033, prevê o Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab). Se forem incluídos aí os serviços de drenagem, lixo, resíduos sólidos e melhorias de gestão, a meta sobe para R$ 508 bilhões. Entre 2011 e 2013, no entanto, a média de investimento nas áreas foi de R$ 9,5 bilhões. Nesse ritmo, o objetivo para água e esgoto só será atingido em 32 anos, em 2047, portanto, 14 anos depois do estipulado pelo Plansab. Para contemplar todo o setor, serão necessárias mais de cinco décadas.
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