Economia

Perdas com propinas e superfaturamento chegam a quase R$ 90 bi na Petrobras

Mas balanço divulgado durante a madrugada, sem parecer de auditoria, não corrige o valor dos ativos

postado em 29/01/2015 06:03

O balanço da Petrobras referente ao terceiro trimestre de 2014, divulgado na madrugada de ontem, sem a ratificação de auditores independentes, não apresentou as informações mais esperadas pelo mercado ; o valor que será suprimido dos ativos por conta da corrupção na companhia ;, mas indicou que o rombo é muito maior do que se previa. As perdas com propinas e superfaturamentos podem chegar a R$ 88,6 bilhões, 77,1% do valor de mercado da empresa, que despencou de R$ 128,7 bilhões, na terça-feira, para R$ 114,8 bilhões ontem. A diretoria da estatal, porém, negou-se a computar as baixas contábeis no balanço, alegando problemas de metodologia. A decisão custou caro para a petroleira. As ações derreteram mais de 10% na bolsa ontem e, em apenas um dia, a Petrobras perdeu R$ 13,90 bilhões em valor de mercado.

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A presidente da estatal, Graça Foster, justificou a exclusão afirmando que é ;impraticável a exata quantificação desses valores indevidamente reconhecidos; porque os pagamentos foram feitos por fornecedores externos e não podem ser rastreados nos registros contábeis da companhia. ;O resultado das avaliações indicou que os ativos com valor justo abaixo do imobilizado totalizaram R$ 88,6 bilhões de diferença a menor. Decidimos não utilizar a metodologia da determinação do valor justo para ajustar os ativos imobilizados devido à corrupção;, alegou, em comunicado.


[SAIBAMAIS]A prestação de contas do terceiro trimestre deveria ter saido em novembro, o que não ocorreu por causa da incerteza em relação aos números. A estatal garantiu que pedirá orientações sobre como fazer os cálculos à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e ao órgão equivalente nos Estados Unidos, a Securities and Exchange Commission (SEC). ;Por que isso não foi feito antes?;, reagiu o economista-chefe da Opus Investimentos, José Márcio Camargo. Na avaliação dele, o pedido de ajuda às agências reguladoras deve ter sido exigido pela PricewaterhouseCoopers (PwC) ; a empresa de auditoria que atestava a veracidade dos documentos contábeis da Petrobras, mas se negou a continuar a fazê-lo depois que os escândalos vieram à tona.

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