postado em 06/02/2015 20:10
A decisão da presidenta Dilma Rousseff de nomear o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendini, para a presidência da Petrobras foi avaliada como solução de emergência até mesmo pelos aliados do governo no Senado.Para o vice-líder do PMDB, senador Valdir Raupp (RR), a permanência de Bendini na companhia pode ser ;temporária;. ;Nada é definitivo, nada é eterno. Ela montou a diretoria e nada impede que possa ser mudado novamente. Acho que pode ser temporário. Ela tinha de nomear alguém, porque a Graça [Foster] ficaria até o fim do mês, mas não ficou;, disse o senador.
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Raupp informou que não conversou com a presidenta Dilma sobre a escolha, mas acredita que ela teve dificuldades em encontrar um nome que fosse bem avaliado pelo mercado.
;Não era bem o que o mercado esperava, mas ela deve ter sondado vários outros nomes do mercado. Como executivos ganham mais em empresas e bancos que como diretor da Petrobras, há dificuldade em encontrar gente do mercado. Foi uma opção técnica. O Bendini é um bom executivo. Não é o que mercado esperava, mas é um bom executivo;, acrescentou o senador do PMDB.
Para a oposição, Dilma colocou um ;tarefeiro; no cargo e conseguiu desagradar tanto o corpo técnico da Petrobras quanto acionistas e investidores do mercado financeiro. ;A indicação não poderia ter sido pior;, definiu o líder do PSDB, senador Cássio Cunha Lima (PB).
;É visível que a escolha da presidenta não foi no sentido de selecionar alguém que tivesse condições de presidir e recuperar a Petrobras. Ela escolheu um tarefeiro, alguém que fará o que ela mandar;, completou o líder.
De acordo com Cunha Lima, a presidenta encontrou um nome confiável para ela e o PT, mas não para o mercado e acionistas da Petrobras. ;Este é o problema do governo. Os interesses políticos-partidários estão sempre acima dos interesses públicos e do país;, afirmou o líder tucano.
Lider do PT na Casa, o senador Humberto Costa (PE) não foi encontrado para comentar a escolha da presidenta. Outros senadores do PT foram contatados pela Agência Brasil, mas não quiseram falar sobre a indicação de Aldemir Bendini.