Economia

Governo da Grécia diz que não aceitará ultimatos do Eurogrupo

Apesar do fracasso da reunião de segunda-feira, o ministro Varoufakis se disse confiante em alcançar um acordo com seus parceiros da zona do euro nos próximos dois dias

Agência France-Presse
postado em 17/02/2015 09:59
O governo grego não aceitará qualquer ultimato, mas mantém seu compromisso de encontrar uma solução de consenso com seus sóciso europeus, afirmou nesta terça-feira uma fonte governamental grega depois do fracasso da reunião da véspera com o Eurogrupo.

"O governo grego está determinado a honrar com o mandato popular e a história da democracia na Europa", afirmou a fonte depois da brusca interrupção das negociações com os sócios do Eurogrupo, que deram a Atenas um prazo até sexta-feira para que peça uma prorrogação do atual programa de ajuda a partir de 28 de fevereiro, o que as novas autoridades gregas rejeitam.

A reunião de ministros das Finanças da zona do euro, destinada a encontrar uma solução para as demandas da Grécia, que pede o fim das políticas de austeridade, terminou na segunda-feira sem acordo, mas o ministro da Economia grego, Yanis Varoufakis, se disse confiante em chegar a um denominador comum nos próximos dias.

Os 19 ministros das Finanças da zona do euro se reuniram em Bruxelas em busca de um acordo para depois de 28 de fevereiro, quando se conclui o plano de resgate da UE.

A zona do euro insiste em que Atenas aceite uma prorrogação de seu plano de resgate, pelo qual recebeu 240 bilhões de euros desde 2010 em troca de drásticas reformas, algumas que ainda precisam ser concluídas, antes de começar uma discussão sobre a "flexibilidade" que a Grécia possa ter nas condições atuais.

Mas o novo governo grego quer por um fim às políticas de austeridade impostas por seus credores: a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional.

Atenas propõe, segundo uma fonte com acesso às negociações, "emendar o programa atual e um período de transição de seis meses", ou seja, estender uma ponte financeira para se manter na superfície, acompanhado de reformas propostas pelo governo e não impostas por seus credores, deixando de lado as que são consideradas mais antissociais".

Apesar do fracasso da reunião de segunda-feira, o ministro Varoufakis se disse confiante em alcançar um acordo com seus parceiros da zona do euro nos próximos dois dias.

O novo governo de esquerda radical, escolhido nas eleições de 25 de janeiro, pede a parceiros da Grécia mais tempo para preparar seu próprio plano de reformas e um acordo ;ponte; que lhe torne possível se financiar.



Sem um acordo, a Grécia, que tem que pagar pela emissão de sua dívida um rendimento muito elevado, ficará sem financiamento, o que poderá empurrá-la para fora da zona do euro.

No pior dos casos, uma saída caótica do euro - popularmente denominada de "Grexit" - poderia por em xeque todo o projeto de união monetária, embora analistas afirmem que esta possibilidade é menos provável agora do que na crise que o país enfrentou há quatro anos.

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