Economia

Levy admite a investidores que o Brasil terá recessão neste ano

Em palestra, ministro da Fazenda garante cumprimento da meta de superavit primário em 2015, de 1,2% do PIB, mas reconhece que desempenho da economia ainda deve decepcionar

postado em 19/02/2015 08:41
No dia em que o mercado estimou, pela primeira vez, um resultado negativo para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2015, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, admitiu a investidores norte-americanos que o Brasil poderá ter recessão neste ano. Apesar disso, o país conseguirá, garantiu, cumprir a meta de superavit primário prometida por ele, ainda em 2014, de 1,2% do PIB ou R$ 66 bilhões.

Chefe da equipe econômica afirma que situação fiscal já está sendo corrigida, mas que há muito a se fazer

Em palestra para investidores em Nova York, o ministro reconheceu que o Brasil derrapou no quesito fiscal em 2014, mas afirma que a situação já está sendo corrigida. Segundo ele, ;há muito ainda a ser feito; e a ;consolidação vai continuar;. Na apresentação para os 185 presentes, Levy estimou um superavit ; economia realizada pelo governo para pagamento dos juros da dívida ; de 2% do PIB para 2016 e 2017 e garantiu que a projeção está em linha com o mercado.



;Ainda não considero um superavit de 1,2% impossível, mas acho muito difícil que o governo consiga entregar um resultado fiscal nessas proporções;, analisa o economista sênior do Besi Brasil, Flávio Serrano. Ele avalia que, diante do cenário de baixo crescimento da economia brasileira ; especialmente se houver, de fato, racionamento de água e energia elétrica ;, o país não irá conseguir gerar receitas suficientes para o pagamento dos juros da dívida.

Para o ministro da Fazenda, a possibilidade de que o desempenho da economia desaponte este ano está ligada ao declínio do investimento. Com o objetivo de minimizar o gargalo, a promessa de Levy é aumentar o diálogo com o mercado, além de priorizar a transparência na política fiscal. Para os especialistas, o maior fantasma do ministro, no momento, é a possibilidade de um rebaixamento da nota soberana brasileira pelas agências de classificação de risco, o que afastaria ainda mais os investidores e dificultaria a já complicada situação da economia brasileira.

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