postado em 19/02/2015 20:22
A concessionária Gás Verde S/A, responsável pela operação do Aterro Sanitário Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, recorreu da multa de R$ 10,814 milhões aplicada pela prefeitura. A informação é do secretário Municipal de Meio Ambiente de Duque de Caxias, Luiz Renato Vergara. O aterro está fechado desde 3 de junho de 2012.Segundo ele, a vistoria da secretaria no começo do ano constatou que nenhuma providência foi tomada após a inspeção e autuação do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), em abril de 2014.
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;Em abril do ano passado, o Inea e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Duque de Caxias checaram as denúncias de descarte de chorume no Rio Sarapuí. O Inea constatou que havia descarte irregular e autuou, mas não multou. De abril para cá, não houve mudança na planta ou adequação por parte da Novo Gramacho, da Gás Verde, sobre as irregularidades encontradas;.
Vergara afirmou que as irregularidades continuam, com a eficácia da estação de tratamento de chorume - líquido poluente resultante da degradação de matéria orgânica - muito abaixo do permido pela norma estadual.
;O descarte do chorume em qualquer bacia hidrográfica tem de ser inferior a 250 miligramas por litro de DBO [Demanda Biológica de Oxigênio, que mede a necessidade de oxigênio para degradar a matéria orgânica na água]. Fizemos coletas no entorno e verificamos que a juzante da estação de tratamento de chorume é de 1.953 miligramas por litro de concentração de DBO, ou seja, oito vezes a mais que o permitido pela norma do Inea;.
O secretário acrescentou que há um ponto de captação de chorume no aterro que não comporta o volume, liberando o material sem tratamento direto para o solo e o mangue do entorno.
A Gás Verde foi procurada, mas não respondeu à reportagem da Agência Brasil até a publicação da matéria. O Inea também não retornou.
Após o fechamento, o Aterro de Gramacho, o maior da América Latina, foi transformado, em 2013, em usina de biogás. Conforme Vergara, a geração de chorume, que dura décadas, chega a 960 metros cúbicos por dia. Durante 35 anos, o local foi o principal destino de 8 toneladas diárias de lixo do Rio de Janeiro e municípios vizinhos.