Rosana Hessel
postado em 20/02/2015 08:00
Após confrontar, durante a campanha eleitoral, dados que apontavam para o aprofundamento do quadro de estagnação da economia, o governo Dilma Rousseff deu o braço a torcer. Em meio ao colapso da produção da indústria, à escalada da inflação e à disparada do dólar, que caminha a passos largos para a casa dos R$ 3, caiu a ficha de que, só com palavras, será impossível convencer investidores e empresários a apostarem numa rápida retomada do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).Muito pelo contrário. As ameaças que se avizinham ; entre as quais o risco de apagão, o racionamento de água e a possibilidade de perda do grau de investimento ainda no primeiro semestre de 2015 ; impõem ao governo a necessidade de clareza no diagnóstico e pragmatismo nas ações para vencer a crise. Exigem também uma mudança clara de postura da equipe econômica. Se, sob o comando de Guido Mantega, o Ministério da Fazenda era sinônimo de descrédito entre investidores, com o atual titular da pasta, Joaquim Levy, a história é outra. Em vez de previsões econômicas superestimadas, ele não esconde a predileção por análises mais realistas, mesmo que isso signifique trazer más notícias para os brasileiros.
Nas declarações mais recentes, em Nova York, Levy selou a perspectiva de dois anos seguidos de recessão: em 2014 e 2015, uma situação inédita no Brasil. A última vez em que isso ocorreu foi durante a Grande Depressão dos anos 1930, após a grande crise de 1929, quando o estouro das bolsas de valores nos EUA levou o mundo para o atoleiro. Em 1930, a economia brasileira encolheu 2,1%, e, em 1931, declinou 3,3%, conforme dados compilados pela Austin Rating. Nem durante as crises do petróleo, nos anos 1970, ou durante a hiperinflação, nos anos 1980, o país viu a economia retrair-se por dois períodos seguidos.
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