Agência France-Presse
postado em 24/02/2015 14:53
Washington, Estados Unidos - A presidente do Federal Reserve (Fed), Janet Yellen, voltou a pedir "paciência" em relação a uma elevação das taxas de juros."É pouco provável que as condições econômicas permitam um aumento das taxas básicas de juros pelo menos durante as duas próximas reuniões do Comitê de política monetária do Fed", disse Yellen, indicando que os juros atuais devem ser mantidos até junho.
Isso não significa, contudo, que o Fed necessariamente aumentará as taxas durante as próximas reuniões, insistiu a a presidente do banco central. As taxas de juros são mantidas próximas de zero desde o final de 2008.
"Um alto grau de flexibilização monetária continua sendo apropriado para sustentar a melhora do emprego e contribuir para que a inflação volte aos 2%", explicou Yellen em seu discurso em uma comissão do Senado.
A inflação se encontra atualmente em 0,8% ao ano, segundo o índice PCE, o mais observado pelo Fed.
Ressaltando que a taxa de desemprego caiu para 5,7%, em relação aos 10% do final de 2009, e que o ritmo de criação de empregos passou a 280.000 por mês no segundo semestre de 2014, depois de se situar em 240.000 na primeira metade do ano, Yellen destacou "os avanços consideráveis" do mercado de trabalho, mas recordou que "o aumento dos salários continua sendo fraco".
Evocando a conjuntura externa, Yellen reconheceu que a desaceleração do crescimento na China e a fraca recuperação da economia europeia, que registra uma inflação "muito baixa", pode trazer riscos para o crescimento dos Estados Unidos. No entanto, não se descarta que na zona do euro a economia responda "melhor do que o previsto" ao estímulo monetário aportado pelos bancos centrais.
Nos Estados Unidos, a queda dos preços do petróleo "provavelmente represente uma vantagem significativa para a economia", destacou Yellen, embora isso implique em uma redução da atividade dos produtores de energia e provavelmente em perdas de empregos no setor.
No que se refere à normalização da política monetária, Yellen anunciou que o Fed buscará reduzir o volume de seus ativos (bônus do Tesouro e títulos com garantia hipotecária) acumulados em seu balanço como consequência de sua generosa política de flexibilização monetária dos últimos anos.
Yellen se declarou contrária aos projetos de alguns membros do Congresso de exigir uma "auditoria" no Fed, que, para ela, seria uma pressão sobre a política monetária do banco central americano.
"Sou fortemente contra aos projetos de lei batizados de "Audit the Fed;", declarou Yellen no Congresso.
"A transparência de nossas operações é essencial mas o ;Audit the Fed; seria uma pressão política de curto prazo sobre as decisões monetárias do banco central", declarou Janet Yellen.