postado em 24/02/2015 18:20
Os ministros da Fazenda dos países que integram a zona do euro aprovaram hoje (24) a lista de reformas submetida pela Grécia como condição para extensão, por mais quatro meses, do programa de resgate da economia grega. O programa de ajuda, de 240 bilhões de euros (cerca de R$ 780 bilhões), expiraria no sábado (21).O documento de seis páginas traz, entre outras medidas, o combate à evasão de impostos e à corrupção, e uma reforma que promete reduzir de 16 para dez o número de ministérios do governo, diminuindo os gastos no setor público.
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Em curto comunicado, divulgado na tarde de hoje, o Eurogrupo confirmou a aprovação das reformas como ;ponto de partida; para o avanço nas negociações. O chefe do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, disse que ;a extensão do resgate permitirá que a Grécia cumpra seus compromissos;, para que, só então, ;seja feita nova análise da dívida;. ;Se as circunstâncias econômicas permitirem, as metas fiscais podem ser ajustadas;, enfatizou.
A Comissão Europeia, por meio de seu porta-voz, Margaritis Schinas, declarou que a lista apresentada pela Grécia é suficientemente ampla para ser considerada como válido ponto de partida numa revisão bem-sucedida do resgate. ;Estamos encorajados pelo seu tom forte (da lista) no combate à evasão fiscal e na luta contra a corrupção;, salientou.
O ministro da Economia da Alemanha, Sigmar Gabriel, demonstrou ;cauteloso otimismo; em relação às propostas de reforma apresentadas pela Grécia. Em Berlim, ele disse que ;a permanência da Grécia na zona do euro é a coisa certa a se fazer. Queremos continuar ajudando a Grécia, mas a condição para isso é que haja continuidade no programa de reformas;, ressaltou.
O acordo com a chamada troika (União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) pela renovação do programa de resgate é visto pelos líderes gregos como ;importante passo;.
Embora não tenha conseguido abandonar as medidas de austeridade impostas pela troika - conforme prometido na campanha eleitoral, em janeiro -, o recém-eleito governo grego conquistou, nas negociações da última semana, duas concessões substanciais: a possibilidade de redução da meta de superávit primário, liberando fundos para aliviar a chamada ;crise humanitária; do país, e maior margem de manobra para propor políticas econômicas e fiscais.
Com a confirmação da extensão do programa de resgate, a Bolsa de Atenas fechou hoje com forte alta, de 9,81%. Os títulos que mais subiram foram os dos bancos (17,28%) e os das empresas de telecomunicações (15,21%).