Simone Kafruni, Paulo Silva Pinto
postado em 26/02/2015 08:25
Após um dia de tensão e de reuniões com representantes dos caminhoneiros, empresas transportadoras e líderes dos setores afetados pelos bloqueios das rodovias, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, anunciou a conclusão de um acordo, com propostas (veja quadro) sendo aceitas pela maioria dos líderes das manifestações. A desmobilização nas estradas começou ainda ontem. Mas Ivar Luiz Schmidt, do Comando Nacional dos Transportes, retirado da primeira mesa de negociações por ter sido considerado ;liderança excedente;, avisou, depois de reunião em separado com Rossetto, que o movimento está dividido e os protestos continuam.Segundo o ministro, as medidas ;cobrem grande parte das expectativas; dos manifestantes, mas afirmou que as propostas só seriam mantidas à medida que as estradas fossem liberadas. ;Interessa aos caminhoneiros, à sociedade e ao país que haja suspensão do movimento;, ressaltou. O ministro assinalou, ainda, que a manutenção do valor dos combustíveis não é congelamento, mas uma informação da Petrobras.
Mais cedo, a presidente Dilma Rousseff disse que o governo não tem como baixar o preço do diesel e que não há aumento previsto. ;Não mexemos (no valor do litro), o que fizemos foi recompor a Cide;, afirmou, se referindo à retomada da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico sobre combustíveis. ;As reivindicações dos caminhoneiros são justas e o governo está convicto da importância de manter a Cide e de não flexibilizar a questão fiscal;, afirmou a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, ao sair da reunião no Ministério dos Transportes.
Propostas
Medidas anunciadas pelo governo
; Carência de 12 meses para o pagamento de financiamentos de caminhões
; Sanção sem vetos da Lei dos Caminhoneiros aprovada pelo Congresso
; Isenção de pagamento de pedágio por eixo suspenso em caso de caminhão vazio
; Manutenção do atual valor do diesel por seis meses
; Negociações para que empresários e caminhoneiros fixem tabela referencial para o preço de frete
Fonte: Presidência da República
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