Economia

Entre EUA e Ásia, Europa quer se posicionar no mundo da telefonia

Continente viveu seus anos dourados das telecomunicações nos anos 2000, com o desenvolvimento da tecnologia 3G e o domínio do grupo finlandês Nokia.

Agência France-Presse
postado em 04/03/2015 18:19
Barcelona - Embora a americana Apple, a sul-coreana Samsung e os recém-chegados chineses briguem para dominar o mundo da telefonia móvel, a Europa busca uma maneira de se inserir neste nicho.

De domingo a quinta-feira, todos os amantes da tecnologia estão com as atenções voltadas para Barcelona, onde é celebrado o Congresso Mundial de Telefonia Móvel, o evento mais importante do setor.



"A Europa pode se sentir o centro da indústria, pelo menos por uma semana", ironizou no final de fevereiro Claudia Nemat, membro da direção da companhia alemã Deutsche Telekom. "Depois, a maioria dos que marcam as tendências voltarão para Estados Unidos e Ásia", lamentou.

A Europa viveu seus anos dourados das telecomunicações nos anos 2000, com o desenvolvimento da tecnologia 3G e o domínio do grupo finlandês Nokia.

Mas o continente corre agora atrás dos Estados Unidos, primeiro com o 4G e depois com compra em 2013 pela Microsoft das atividades da telefonia móvel da Nokia.


Possíveis ;made in; Europa


As companhias americanas Google e Apple também impuseram seus sistemas operacionais Android e IOS em todo o mundo e os smartphones mais populares vêm dos Estados Unidos e da Ásia.

Prova disso é que as apresentações mais esperadas em Barcelona foram as do novo smartphone do grupo sul-coreano Samsung, o Galaxy S6, feito para competir com o iPhone, e o último relógio de seu compatriota LG Electronics, compatível com o 4G.

A Ásia ainda reforçará sua importância nos próximos anos com a entrada vigorosa de atores chineses. Um deles, Xiaomi, já é o terceiro fabricante mundial de smartphones atrás de Samsung e Apple.

A Huawei e Lenovo, que comprou a americana Motorola da Google em 2014, também têm feito sucesso. "Estão se desenvolvendo muito", avaliou Anne Bouverot, diretora da associação GSMA, que reúne mais de 800 operadores.

A Europa, no entanto, não tem a última palavra no que se refere a tecnologia. Mas, para o instituto alemão GKF, o Velho Continente poderá integrar o mercado com os objetos "vestíveis".

No âmbito dos relógios conectados, que segundo analistas devem ter seu auge em 2015, "países como a Suíça, por exemplo, têm competências particulares".

É o que também espera a start-up suíça MyKronoz, criada há dois anos. "Nossa força é poder contribuir com o DNA dos relógios suíços e saber desenhar relógios que queremos usar todos os dias", disse seu presidente, Boris Brault, à AFP.

Apesar do design suíço, os produtos são montados Ásia, onde estão os principais fornecedores, reconhece Brault à.

A UE espera também correr atrás do desenvolvimento de redes 4G em relação a Ásia e Estados Unidos, apostando na próxima geração de tecnologia de telefonia móvel, o 5G, aguardada para 2020, por meio de uma associação publico-privada com empresas de telecomunicações.

"Com o 5G, a Europa tem uma segunda oportunidade para reinventar o panorama de sua indústria de telecomunicações", afirmou nesta terça-feira em Barcelona o comissário encarregado da Economia Digital,

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