Jornal Correio Braziliense

Economia

Ministros e caminhoneiros criam grupos para deliberação de pautas

Regulamentação da lei dos caminhoneiros está entre assuntos para que devem ser deliberados por representantes


Em reunião dos ministros Miguel Rossetto (Secretaria Geral da Presidência da República) e Antônio Carlos Rodrigues (Transportes) com representantes de caminhoneiros hoje (10/3) de manhã foi acertada a criação de três grupos. Um para discutir a criação de uma tabela referencial de fretes, outro para deliberar sobre a regulamentação da lei dos caminhoneiros e uma terceira para resolver pendências entre os caminhoneiros e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Os caminhoneiros querem que a tabela de fretes não seja referencial, mas mínima.

A expectativa da categoria é chegar a um acordo sobre as reivindicações que mobilizaram protestos durante 15 dias em várias regiões do país. Além da exigência de uma taxa mínima para o valor do frete, os trabalhadores pedem a revogação do último aumento do PIS e da Cofins sobre o diesel, que elevou o combustível em R$ 0,15 nas refinarias. A correção gerou efeito cascata sobre o ICMS, o que provocou reajustes subsequentes do produto em 23 estados e no Distrito Federal.

Os transportadores ainda exigem a abertura de linha de crédito especial para o transportador autônomo de cargas, reserva de mercado de 40% em mercadorias transportadas no país, carência de 12 meses para pagamento de financiamento de caminhões, a criação de um fórum permanente de debates para discutir as demandas apresentadas, e o perdão de multas, notificações e processos judiciais aplicados durante as duas semanas de protestos e paralisações.

Uma fonte ligada aos caminhoneiros acredita que, se não houver acordo entre as partes envolvidas, novos protestos serão retomados em todo o país. ;Já tem pessoas querendo promover paralisações na região Sul a partir de hoje. Isso não é interessante para a classe trabalhadora, uma vez que o governo aceitou nos ouvir;, disse. Apesar da ameaça, o movimento pode não ganhar a mesma força. ;Muitos estão contentes. Mas há aqueles que acham que deve acontecer uma greve;, reconheceu a fonte.

A reunião ocorre quase uma semana depois que os caminhoneiros promoveram uma carreata no centro da capital federal. Na última quarta-feira, os pouco mais de 50 caminhões que estavam estacionados no Estádio Mané Garrincha desceram o Eixo Monumental em direção à Esplanada dos Ministérios fazendo um buzinaço.