Rodolfo Costa , Paulo Silva Pinto
postado em 10/03/2015 14:39
Em reunião dos ministros Miguel Rossetto (Secretaria Geral da Presidência da República) e Antônio Carlos Rodrigues (Transportes) com representantes de caminhoneiros hoje (10/3) de manhã foi acertada a criação de três grupos. Um para discutir a criação de uma tabela referencial de fretes, outro para deliberar sobre a regulamentação da lei dos caminhoneiros e uma terceira para resolver pendências entre os caminhoneiros e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Os caminhoneiros querem que a tabela de fretes não seja referencial, mas mínima.
A expectativa da categoria é chegar a um acordo sobre as reivindicações que mobilizaram protestos durante 15 dias em várias regiões do país. Além da exigência de uma taxa mínima para o valor do frete, os trabalhadores pedem a revogação do último aumento do PIS e da Cofins sobre o diesel, que elevou o combustível em R$ 0,15 nas refinarias. A correção gerou efeito cascata sobre o ICMS, o que provocou reajustes subsequentes do produto em 23 estados e no Distrito Federal.
Os transportadores ainda exigem a abertura de linha de crédito especial para o transportador autônomo de cargas, reserva de mercado de 40% em mercadorias transportadas no país, carência de 12 meses para pagamento de financiamento de caminhões, a criação de um fórum permanente de debates para discutir as demandas apresentadas, e o perdão de multas, notificações e processos judiciais aplicados durante as duas semanas de protestos e paralisações.
Uma fonte ligada aos caminhoneiros acredita que, se não houver acordo entre as partes envolvidas, novos protestos serão retomados em todo o país. ;Já tem pessoas querendo promover paralisações na região Sul a partir de hoje. Isso não é interessante para a classe trabalhadora, uma vez que o governo aceitou nos ouvir;, disse. Apesar da ameaça, o movimento pode não ganhar a mesma força. ;Muitos estão contentes. Mas há aqueles que acham que deve acontecer uma greve;, reconheceu a fonte.
A reunião ocorre quase uma semana depois que os caminhoneiros promoveram uma carreata no centro da capital federal. Na última quarta-feira, os pouco mais de 50 caminhões que estavam estacionados no Estádio Mané Garrincha desceram o Eixo Monumental em direção à Esplanada dos Ministérios fazendo um buzinaço.