Economia

Governo tem que cumprir metas de superavit fiscal, alerta Standard & Poor's

Neste ano, a equipe econômica comandada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, se comprometeu a alcançar um superavit de R$ 66,3 bilhões

postado em 13/03/2015 08:57
Desde que a Standard & Poor;s (S) reduziu a nota de crédito do país, no ano passado, os indicadores econômicos ficaram piores, alertou ontem a presidente da agência de classificação de risco no Brasil, Regina Nunes. Ela não quis adiantar, contudo, se isso pode significar que a avaliação da economia brasileira pode sofrer um novo rebaixamento e perder o grau de investimento, que confere ao país a chancela de bom pagador de suas dívidas.

A executiva advertiu, porém, que o governo tem que cumprir as metas de superavit fiscal neste ano para recuperar a confiança dos investidores. No ano passado, o setor público registrou um rombo de R$ 32,5 bilhões, o primeiro resultado negativo desde 2001. Neste ano, a equipe econômica comandada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, se comprometeu a alcançar um superavit de R$ 66,3 bilhões, o equivalente a 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB).



[SAIBAMAIS]No ano passado, a S colocou a nota brasileira no nível BBB-, apenas um degrau acima do patamar em que os títulos emitidos pelo país recebem a classificação de investimento especulativo, sem garantia de retorno. Nessa situação, governo e empresas brasileiras teriam que pagar mais caro pelos financiamentos tomados no exterior.

Corrupção
Em seminário no Rio de Janeiro, Regina Nunes disse que, após rebaixar o Brasil, a S passou a prestar mais atenção às métricas fiscais e de dívida do país do que no passado. A agência atualmente atribui perspectiva estável à classificação de risco brasileira, o que significa que não são esperadas mudanças a curto prazo. A executiva afirmou, no entanto, que o rating atual não embute um possível racionamento de energia, que tenderia a enfraquecer ainda mais a atividade produtiva no país.

A representante da S observou ainda que o escândalo de corrupção envolvendo a Petrobras é outro exemplo de um evento que torna mais difícil a avaliação de risco do país. Para ela, as instituições políticas do Brasil são mais fortes do que em outras nações em desenvolvimento, mas precisam ser testadas. Regina Nunes deu ainda um voto de confiança à equipe econômica, que, segundo afirmou, ;não poderia ser mais apropriada; para conduzir os ajustes necessários.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação