Economia

Trabalhadores do setor de transportes iniciam greve geral na Argentina

O protesto paralisa os serviços de ônibus, metrô, trens, táxis, abastecimento de combustíveis, transporte aéreo comercial, cargas e portos, além dos setores médico, bancário e de alimentação, entre outros

Agência France-Presse
postado em 31/03/2015 06:31
Buenos Aires, Argentina - A greve geral liderada pelo setor dos transportes contra o aumento de impostos na Argentina teve início no primeiro minuto desta terça-feira (31/3). A paralisação de 24 horas foi convocada para pedir a redução ou a eliminação de um imposto aplicado sobre os salários e servirá para medir forças antes do início das negociações salariais paritárias com as empresas.

A medida de força, quarta desse tipo desde 2012, é também uma demonstração de poder ao próximo governo que assumirá em dezembro. O protesto paralisa os serviços de ônibus, metrô, trens, táxis, abastecimento de combustíveis, transporte aéreo comercial, cargas e portos, além dos setores médico, bancário e de alimentação, entre outros. Devido à greve, as companhias aéreas TAM e Lan Chile anunciaram o cancelamento dos voos procedentes e para a Argentina.

Uma greve política
O chefe de Gabinete, Aníbal Fernández, criticou nesta segunda-feira os grevistas em uma coletiva de imprensa. "Que país lindo seria se não houvesse nenhum imposto! Mas isso é impensável. Este imposto é cobrado no mundo todo". "Começaremos a tomar decisões de outras características quando não houverem as condições mínimas necessárias para que se possa prestar o serviço que esperamos", ameaçou Fernández. "Aqueles que cometerem excessos serão presos".



[SAIBAMAIS]Partidos de esquerda anunciaram nesta segunda-feira que tentarão formar piquetes em acessos à capital federal, mas sem contar com o apoio dos sindicatos convocadores, que não farão comícios e passeatas. O governo se reuniu nesta segunda-feira com empresários do transporte para obter a garantia de um serviço mínimo, sob a ameaça de sanções.

Os sindicatos responderam com dureza contra o que entenderam como uma provocação e anunciaram que, se suas demandas não forem atendidas, será feita uma nova greve, desta vez por 36 horas. "Precisamos de um espaço para o diálogo. E se continuarem com as provocações e sem dar respostas às reclamações, as medidas de força vão aumentar", afirmou o líder do sindicato de caminhoneiros e membro de uma central trabalhista opositora, Hugo Moyano, um ex-aliado de Kirchner.

Segundo o ministro da Economia, Axel Kicillof, o imposto não será modificado porque "afeta uma minoria que ganha mais", cerca de 850 mil trabalhadores sobre uma força de 11 milhões de assalariados, segundo estimativas oficiais.

O imposto é aplicado progressivamente sobre os salários superiores a 15.000 pesos (1.700 dólares) até uma alíquota máxima de 35%. No fim do ano passado, o governo conseguiu que os sindicatos suspendessem uma greve parecida, ao anunciar que o rendimento médio de dezembro seria isento de imposto de renda.

A companhia aérea TAM informou que os voos de e para os aeroportos de Córdoba, Rosário e Buenos Aires (Ezeiza e Aeroparque) foram cancelados devido à paralisação geral. Há possibilidade de remarcar a data da viagem para os próximos 15 dias sem qualquer custo, de acordo com a disponibilidade de assentos ou o passageiro pode realizar a mudança do destino, sem multas.

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