Economia

Mulheres no comando dão mais lucros para empresas, indicam estudos

Companhias que têm líderes femininas conseguem ganhos até 47% maiores do que as firmas chefiadas por homens. No Brasil, a participação delas em cargos estratégicos ainda é pequena

Vera Batista
postado em 06/04/2015 10:52
Apesar de terem, em média, mais anos de estudo que os homens, as mulheres continuam ganhando menos, embora sejam capazes de atrair maior riqueza para as empresas. Estudos internacionais apontam que as companhias com mulheres em cargos de liderança superaram mais rapidamente os efeitos da crise econômica global de 2008 nos Estados Unidos. Segundo as pesquisas, dirigentes do sexo feminino entregam lucros 47% maiores que os de organizações predominantemente masculinas.

;Mesmo assim, no Brasil não há sequer uma mulher como principal executiva (CEO, na sigla em inglês) entre as companhias abertas que compõem o mais importante índice de ações da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa). É preciso que esse potencial seja reconhecido;, afirma Silvia Fazio, presidente da Will Latin America, organização com foco no desenvolvimento da liderança feminina no país e na América Latina.

Mudar essa realidade é o desafio do seminário ;Convidando homens para o debate: Liderança feminina gera lucro;, que ocorre amanhã em Brasília, sob coordenação da entidade. ;O tema é forte. Mas não adianta só encontro entre mulheres. É fundamental que eles, em situação de liderança, participem. E, neste momento de tantos escândalos (de corrupção), é importante destacar as pesquisas que mostram que as mulheres são muito menos propensas a se envolverem em fraudes;, afirma Silvia. Ela ressalta que os dados científicos sobre o assunto ainda são poucos. ;Em termos de números, apenas uma pesquisa da Università Commerciale Luigi Bocconi (Milão, Itália) comprovou que as mulheres entregam entre 12% a 18% de lucratividade a mais;, explica.



Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que mulheres são a maioria da população (51,4%) e as mais escolarizadas, representando 57,1% dos universitários de 18 a 24 anos. Embora tenham conquistado aumento real do rendimento médio entre 2010 e 2000 de 12%, as disparidades permanecem: elas ainda ocupam poucos cargos de liderança e ganham, em média, 68% do salário dos homens.

Barreiras
Na maioria das vezes, o preconceito é disfarçado com justificativas, na surdina, de que as mulheres faltam mais ao trabalho por conta de tensão pré-menstrual (TPM) e de compromissos familiares. Isso é percebido claramente por elas: 50% das executivas ouvidas nas pesquisas apontaram a dupla jornada e 46% delas indicaram a necessidade de estarem disponível todo o tempo como as maiores dificuldades de ascensão. ;É importante encontrar formas de isolar quem tem essa visão. Mas temos também que combater as barreiras que estão dentro da gente;, destaca Silvia Fazio.

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