O consumo de bens duráveis desabou. Não apenas as vendas de carros estão em queda, como o comércio de móveis e eletrodomésticos também está mergulhado na crise econômica. Na avaliação da consultoria GO Associados, o segmento vai ter retração de 2% neste ano, o que seria a primeira queda desde 2003, quando houve encolhimento de 0,9%, segundo dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Endividados e com poder de compra reduzido, os consumidores estão com receio de assumir novas dívidas a prazo e comprometer o pagamento dos demais compromissos. Além disso, o crédito mais caro e escasso tem sido um desafio para o consumo de eletrodomésticos, cenário que deverá ser mantido ao longo de 2015. Entre janeiro e fevereiro deste ano, a concessão do Crédito Direto ao Consumidor (CDC), linha bastante usada na compra desses produtos, caiu 49,4%, segundo dados do Banco Central. Já a taxa de juros para pessoa física chegou a 54,3% ao ano em fevereiro, a maior da série histórica medida pela autoridade monetária.
Outro fator que vai inibir a demanda é a inflação dos produtos. De acordo com os dados de março do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o grupo que compreende os itens de artigos de residência ; entre eles, móveis e utensílios ; subiu 4,44% em 12 meses. No mesmo período, os gastos com o grupo de eletrodomésticos e equipamentos tiveram aumento de 8,05%.
Por conta da alta do dólar, a tendência é de mais pressão sobre os custos desses produtos ao longo do ano, avisa o diretor de pesquisa da GO Associados,
Fabio Silveira. ;A desvalorização do real acaba encarecendo o custo de insumos e componentes dos aparelhos, que são importados ou sofrem o impacto do mercado internacional;, avaliou.
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