postado em 23/04/2015 13:00
Um dia após a publicação do Orçamento da União e da divulgação do balanço da Petrobras, governadores de dois estados tiveram reuniões com Joaquim Levy no prédio do ministério da Fazenda, na manhã desta quinta-feira (23/04). Vieram tratar, entre outros assuntos, do contingenciamento de verbas que seriam repassadas aos Estados pela Lei Kandir.O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), saiu sorrindo do encontro. "Você acha que com Joaquim Levy se sai com dinheiro no bolso? A gente sai rindo porque ficou no zero a zero;, afirmou. E emendou "O ministro disse que só tem quatro meses de trabalho de um ano difícil". O governador conhece bem Levy, pois foi secretário de Obras no Rio de Janeiro quando o ministro foi secretário da Fazenda, no governo de Sérgio Cabral. O governador ainda disse que sai do encontro com lição de casa para fazer: no caso, ajudar a convencer os três governadores que não aceitaram o acordo do Confaz sobre a equalização do Imposto de Circulação Mercadorias e Serviços (ICMS). "A reforma tributária é um novo momento no país. Temos que fazer um grande esforço para ela sair", afirmou.
O governador está especialmente preocupado com a situação da Petrobras no estado. "É importante que a Petrobras retome os investimentos. Para nós ela é essencial. A cidade passa por um momento difícil, e o Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro) é uma obra que está com 86%, quase 90% pronta. Falta muito pouco para acabar", disse ele.
Pezão ainda relatou que o ministro disse que o contingenciamento do Orçamento está para sair em breve. Segundo Pezão, o motivo do encontro foi porque ele veio trazer o presidente da fábrica da L;Oreal que pretende investir R$ 300 milhões no Rio de Janeiro. Além disso, veio pedir a desoneração para a instalação da fábrica de carros elétricos da Nissan no estado. "É uma das indústrias que além de não demitir, continua investindo e criará mais de dois mil empregos", frisou.
O governador afirmou que se preocupa com a Lei Kandir, porque "qualquer dinheiro que se tira do orçamento é importante", mas que viera também falar de recursos para possíveis Parcerias Público Privadas (PPPs) "para banda larga, saneamento da baixada fluminense e presídios, principalmente para crianças e adolescentes". Afirmou ainda que a situação financeira do estado é de "tranquilidade", porém há um problema nas despesas de custeio que pretende resolver cobrando a dívida ativa. "Quero chegar com superávit no final do ano, mas se der zero a zero estarei satisfeito", disse.
Já o governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB), comentou ao chegar que a retenção de recursos da Lei Kandir "é frustrante e nos cria mais embaraços e dificuldades" . Ele ainda afirmou que viera tratar sobre a renegociação da dívida. "O nosso maior problema é que o estado chegou no limite. A aprovação de aumentar o tempo para o pagamento no Congresso nos dá um espaço melhor, mas empurra para a frente, de 2028 para 2038. Precisaríamos de uma renegociação", afirmou.