Economia

Faturamento da indústria de máquinas é explicada pela variação cambial

Associação apresenta dados mostrando que as exportações representam cerca de 50% do faturamento, quando, normalmente, esse percentual é em torno de 30%

postado em 06/05/2015 18:29
O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Carlos Pastoriza, relativizou a alta de 16,8% no faturamento do setor, em março, por causa da variação cambial. ;Metade do nosso faturamento é em dólar ou em moeda forte, quando se transforma isso em real, para mostrar o ganho total do setor ; em tempos como este em que o dólar subiu de cotação ;, isso acaba inchando o faturamento, o que não significa que se tenha produzido mais;, avaliou hoje (6), ao divulgar o balanço do setor.

Os dados mostram que as exportações representam cerca de 50% do faturamento, quando, normalmente, esse percentual é em torno de 30%. De acordo com Pastoriza, isso ocorre não pelo aumento das exportações, mas pela queda do mercado interno. Quando se avalia somente as vendas internas, o decréscimo é de 16,8%. Ele destacou que a produção física do setor tem ficado em patamar próximo ao do primeiro trimestre do ano passado. Além disso, apontou que a estimativa da Abimaq é de uma queda de 5% a 7% da produção neste ano.

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;O que nós vendemos é investimento. Nós vendemos máquinas. No Brasil, por conta das incertezas políticas e econômicas, os nossos clientes estão com receio de fazer investimento. Então, ficam retraídos, e sentimos fortemente nas nossas vendas;, disse Pastoriza. Ele citou, como exemplo, a queda nas vendas da Agrishow, feira de tecnologia agrícola, que ocorreu na semana passada. ;É um setor que está muito bem, mas as vendas de máquinas caíram 30%. Apesar de os clientes terem ido à feira, eles dizem que não vão fazer investimento. É uma crise de expectativa;, apontou.

Pastoriza informou que aguarda reunião com o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, para tratar das perdas financeiras de empresas associadas à Abimaq, por causa da Operação Lava Jato. Ele explicou que empreiteiras investigadas deixaram de pagar os equipamentos adquiridos, por terem os contratos suspensos com a estatal. ;Nos casos em que a empreiteira não consegue mais fazer pagamentos, que a Petrobras assuma o contrato, tome posse dos equipamentos, assuma o saldo a pagar e depois se entenda com a empreiteira para que haja acerto de contas entre eles. Não estamos propondo que a Petrobras tenha prejuízo;, declarou.

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