Economia

União Europeia não quer ceder à pressão russa por tratado com a Ucrânia

A entrada em vigor do Tratado de Livre Comércio, ratificado no ano passado, foi proposta para atender às preocupações da Rússia, que concede tarifas preferenciais à Ucrânia

Agência France-Presse
postado em 07/05/2015 15:11
Bruxelas - A União Europeia não cederá às pressões da Rússia, que pede o adiamento da entrada em vigor do Tratado de Livre Comércio (TLC) com a Ucrânia para depois de 1; de janeiro de 2016, disse nesta quinta-feira a comissária europeia de Comércio, Cecilia Malmstrom.

A entrada em vigor do TLC, ratificado no ano passado, foi proposta para atender às preocupações da Rússia, que concede tarifas preferenciais à Ucrânia."Não é a Rússia que decide. A União Europeia, os Estados-membros, os ucranianos e (Jean-Claude) Juncker (presidente da Comissão Europeia) disseram que a data é 1; de janeiro de 2016", declarou Malmstrom ao chegar a uma reunião de ministros do Comércio da UE.

"Concordamos em discutir com os russos sobre as dificuldades de ordem prática. Faremos isso", acrescentou, insistindo que a data continua sendo 1; de janeiro de 2016.


Malmstrom acrescentou que convidou o ministro da Economia russo, Alexei Uliukaiev, e ao chefe da diplomacia ucraniana, Pavlo Klimkin, para um encontro no dia 18 de maio em Bruxelas. "Vamos ver se podemos utilizar algumas flexibilidades do acordo para atender as inquietudes da Rússia".

O TLC com a Ucrânia constitui o capítulo comercial do Acordo de Associação assinado no ano passado pela UE e pelo governo pró-europeu de Kiev. Trata-se do mesmo acordo que o presidente deposto Viktor Yanukovich se recusou a assinar no final de novembro de 2013, desencadeando uma série de protestos que resultaram na queda de seu governo e em uma guerra civil no leste do país.

O TLC devia começar a vigorar em novembro de 2014, mas a UE, por iniciativa da chanceler alemã Angela Merkel após a primeira trégua nos combates no leste, adiou o início para janeiro.

Moscou reclama que o Acordo de Associação não leva em conta as relações da Rússia com a Ucrânia e que o TLC constitui uma ameaça a suas exportações. Em abril, especialistas russos, europeus e ucranianos se reuniram em Bruxelas.

"A parte russa informou às outras delegações que identificamos os riscos para a economia russa, para as relações econômicas entre Rússia e Ucrânia e a cooperação entre Rússia e UE", explicou o embaixador da Rússia na UE, Vladimir Chizhov.

"Foi uma discussão positiva, todos tentaram se mostrar flexíveis", ressaltou uma fonte europeia. "Mas ao final, a Rússia pediu a prorrogação do início do capítulo comercial até 2017, e ameaçou suprimir as atuais preferências comerciais (russas) para a Ucrânia", acrescentou o diplomata.

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