Quatro em cada 10 brasileiros estão inadimplentes. Em abril, houve aumento de 3,77% no número de devedores em relação ao mesmo mês do ano passado e de 1,16% em comparação a março. De acordo com os indicadores do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), 600 mil pessoas foram inseridas em cadastros de devedores negativados no mês passado. No total, 55,3 milhões de brasileiros têm dívidas em atraso ; o que corresponde a 37,9% da população entre 18 e 95 anos. O número de dívidas pendentes também apresentou alta, de 5,02% na variação anual e 2,83% na mensal, no maior crescimento para abril desde o início da série histórica, em 2010.
Os resultados mostram que a inadimplência, que vinha em trajetória de queda desde agosto de 2014, voltou a subir. No fim do ano passado, houve queda no estoque de dívidas e o consumidor conseguia arcar com os compromissos, mas os índices macroeconômicos ruins observados recentemente mudaram o cenário. ;Imaginávamos que fosse haver uma estabilidade nos níveis da inadimplência, mas o que vimos foi que a piora da economia se sobrepôs. O ajuste ao longo deste ano foi um pouco mais forte do que se esperava, mas, mais que isso, falta planejamento;, afirmou Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil.
Segundo Honório Pinheiro, presidente da CNDL, o crescimento da inadimplência foi também uma surpresa para o varejo, que costuma se basear no histórico dos anos anteriores. ;Nós vivemos de datas sazonais. Já sabíamos do cenário deste ano, mas não com essa realidade de abril;, disse. Para ele, a desaceleração do PIB, o avanço das taxas de desemprego e o ajuste fiscal em curso são os responsáveis. ;Isso tudo justifica a desconfiança do consumidor. Mesmo assim, esperamos que o ajuste fiscal seja finalizado e nos traga os resultados esperados. O crescimento da inadimplência complica muito nossa atividade.;
Planejamento
;O brasileiro se rende ao financiamento fácil para fazer uma compra, e nós sempre recomendamos que ele prefira o pagamento à vista para não ter dívidas de longo prazo. Quando as coisas estão indo bem, a falta de planejamento não é tão evidente. Mas, quando temos um ano ruim, como 2015, isso tem reflexos mais extremos sobre a inadimplência;, completou Marcela Kawauti.
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