postado em 13/05/2015 19:52
Os ministros da Integração Nacional, Gilberto Occhi, e das Cidades, Gilberto Kassab, adotaram hoje (13/5) um tom otimista em relação à conclusão das obras de transposição do Rio São Francisco. Kassab afirmou que o ajuste econômico pelo qual o governo federal passa não deve influenciar os investimentos de sua pasta. Segundo ele, o ministério não sofrerá cortes nas obras que administra, apenas ;deslizamentos de prazos;.;Todos sabem que o Brasil vive um momento de ajustes na economia. Porém, no nosso ministério os impactos serão bem mais suaves, porque tratamos com muitos investimentos a longo prazo. Ou seja, não teremos cortes. Todos os programas serão preservados. Teremos apenas deslizamentos nos prazos;, disse Kassab.
As declarações otimistas de Kassab ocorreram durante audiência pública da Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas.
Menos enfático sobre o orçamento do ministério, o titular da Integração Nacional explicou que aguarda a reunião que definirá o orçamento, mas adiantou que o governo administrará a situação com os estados, municípios e empresas que realizam as obras de transposição do Rio São Francisco.
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;Saberemos administrar com estados, municípios e empresas, de modo que as obras tenham seu curso e a gente possa passar por esse momento. A partir do ano que vem, as coisas devem ser aceleradas;. Occhi informou aos parlamentares que pretende entregar a obra até o fim de 2016. Em janeiro, ele havia declarado que as obras do São Francisco deveriam ser entregues no início do mesmo ano.
Kassab e Occhi receberam críticas sobre a demora na entrega da obra. O deputado Leônidas Cristino (PROS/CE) cobrou uma conclusão do trabalho de transposição. Ele lembrou que a obra estava com conclusão marcada inicialmente para 2010. ;Tem de priorizar. Tem de ser prioridade da prioridade.; Preocupado com a complexidade da obra, o presidente da comissão, senador Fernando Bezerra Coelho (PSB/PE), defendeu os prazos apesentados pelo governo.
Gilberto Occhi excplicou que o êxito da transposição do São Francisco passa pela revitalização das bacias que compõe o rio, a maioria localizada em Minas Gerais e Bahia. Segundo ele, o governo federal já investiu R$ 1,7 bilhão no trabalho de revitalização.
Sobe a região Sudeste, Occhi esclareceu que o estado de São Paulo está com obras programadas, mas não deu detalhes. Segundo ele, obras em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais devem ;dar uma resposta hídrica a esses três estados;.
Na audiência, o presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu Guillo, demonstrou preocupação com o futuro dos recursos hídricos do país e sugeriu que o Brasil aprenda com a atual crise. ;A crise tem conotações diferentes. Ela se estende por quatro anos na região do semiárido brasileiro e, pelo segundo ano consecutivo, atinge a região Sudeste. Ela nos possibilita uma avaliação crítica e alertar para questões que precisam ser adotadas futuramente.;
Segundo ele, uma das medidas seria repensar a relação da disponibilidade de água por habitante em um dia. Para Guillo, na região Sudeste cada habitante tem 211 litros de água disponíveis por dia. ;Isso é muito ou pouco? Em alguns lugares, os níveis são iguais ou maiores, mas 211 litros por habitante/dia parece um nível muito elevado;, acrescentou.
;Aprendi com uma senhora no semiárido que a primeira coisa que a chuva lava é a memória da seca. Precisamos manter aceso esse aprendizado. A grande maioria dos países que passaram por secas e aprenderam com elas passou a usar indicadores;, concluiu.