A presidente Dilma Rousseff sinalizou que o contingenciamento do Orçamento deste ano, que será anunciado no próximo dia 22, não será excessivo como está sendo esperado, no entanto, será no ;tamanho necessário;.
;Faremos o contingenciamento necessário. Ele tem que expressar a situação fiscal e vocês podem ter certeza que ele não será nem flexível demais no sentido, nem frágil demais, mas para garantir que as contas públicas entrem nos eixos;, disse a presidente nessa terça-feira (19/05), logo após a cerimônia de assinatura de 35 atos entre o Brasil e China durante a visita oficial do primeiro-ministro chinês, Li Keqiang.
De acordo com a presidente, o encontro trouxe uma série de iniciativas novas entre os dois países e a principalmente, investimentos em ferrovias como a Transoceânica, que ligará o Brasil ao Peru e o acordo entre os três países será assinado também pelo governo peruano quando Li for a Lima durante a turnê que começou ontem pelo Brasil. ;Essa ferrovia é estratégica para o Brasil;, disse Dilma.
A chefe do Executivo também destacou que o acordo para a criação do fundo de US$ 50 bilhões entre o Industrial and Commercial Development Corporation (ICDC) e a Caixa Econômica Federal para investimentos em projetos em infraestrutura e o compromisso para a criação de um fundo bilateral entre os governos da China e do Brasil serão importantes para ampliar os investimentos no país. ;A parte chinesa promete colocar US$ 30 bilhões e estamos avaliando qual a quantia que iremos colocar, mas não precisa ser igual. Ele será importante para termos um potencial de alavancagem muito grande;, afirmou ela citando que haverá outros projetos de cooperação entre os dois países em áreas como estaleiros, telefonia 4G e em agricultura.
A presidente destacou que o acordo para a liberação das exportações de carne bovina do Brasil para a China é um importante passo para aumentar o comércio entre os dois países. Segundo ela, oito frigoríficos estarão credenciados e há outros nove na fila. ;É importante esse acordo sanitário, porque cria-se uma nova forma de relacionamento nessa questão entre os governos dos dois países;, afirmou.
Leia mais notícias em Economia
De acordo com dados do Ministério da Agricultura, o Brasil deverá ter 26 frigoríficos habilitados a exportar para a China até junho deste ano, o que pode representar cerca de US$ 520 milhões em vendas para o país oriental. Do total de plantas habilitadas, nove frigoríficos (oito de bovinos e um de aves) tiveram a habilitação oficializada hoje, junto com a assinatura do fim do embargo da China à carne brasileira.
Acordos
A lista de atos assinados chegou a 35, sendo que o principal acordo assinado entre Dilma e Li foi o Plano de Ação Conjunta entre os dois governos. A expectativa do governo brasileiro é atrair US$ 53,3 bilhões de investimentos chineses ao país. A presidente avisou que, em 2016 irá para a China com o objetivo de estreitar ainda mais a cooperação bilateral. O premier chinês destacou que os investimentos chineses no países somaram US$ 27 bilhões com os termos assinados hoje.
O Banco de Exportações e Importações da China (Cexim) e a Petrobras assinaram dois acordos quadro de cooperação para financiamento de projetos , que somados chegam a US$ 7 bilhões. O Cexim e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) assinaram um acordo-quadro de financiamento para a venda de até 40 aeronaves da Embraer para os chineses. De acordo com nota do banco, serão 40 aviões E-195 para o grupo chinês Hainan, dono na Taijin Airlines, no valor de US$ 1,2 bilhão. A Embraer anunciou confirmação da venda de 22 jatos para a Tiajin, sendo 20 E-195 e dois E-190, no valor de US$ 1,1 bilhão. Em julho de 2014, durante a visita do presidente chinês, Xi Jinping, o compromisso era de venda de 60 aviões da Embraer.