Agência France-Presse
postado em 20/05/2015 15:48
Montevidéu - O presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, se reunirá na quinta-feira em Brasília com a presidente Dilma Rousseff, em um contexto de fortes dificuldades comerciais no Mercosul, que procura avançar para um modelo de maior flexibilidade e autonomia para os seus membros.Brasil, Uruguai e Paraguai, que juntamente com a Argentina e a recém-chegada Venezuela integram o Mercado Comum do Sul, concordaram em buscar uma fórmula para acabar com uma das principais limitações expostas pelo bloco: a incapacidade de buscar acordos comerciais sem o consentimento dos outros parceiros.
Vázquez, que observa com preocupação a deterioração do comércio dentro do Mercosul e seus efeitos sobre a economia uruguaia, e Dilma Rousseff, cujo governo atravessa uma forte crise política pelos escândalos de corrupção na petrolífera estatal Petrobras e uma situação econômica pouco promissora, também tentarão avançar em um acordo de livre comércio com a União Europeia (UE).
O pacto, paralisado há mais de 10 anos, é visto por ambos os governos, como uma primeira alternativa de abertura comercial para o bloco fundado em 1991.
"A política comercial precisa ser mais pragmática. (...) O Brasil precisa integrar as correntes comerciais" mundiais, "especialmente em regiões que são mais dinâmicas hoje que o Mercosul", declarou na segunda-feira à AFP o ministro brasileiro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro.
Por sua vez, o Uruguai tem realizado "consultas com todos os países membros do Mercosul, e mesmo com alguma dificuldade, há um consenso, um acordo para trabalhar em uma proposta" que permita buscar acordos comerciais fora do bloco, explicou na semana passada o ministro das Relações Exteriores do Uruguai, Rodolfo Nin Novoa.
Trata-se de uma mudança fundamental para o Mercosul, defendida pelo Uruguai e Paraguai, mas que encontra resistência de Brasília e as dificuldades econômicas atravessadas pela Argentina.