Economia

Governo terá que ser mais flexível se quiser atrair investidores em leilões

Concessões para portos, aeroportos, ferrovias e rodovias, a serem anunciadas em duas semanas, correm o risco de não atrair empresas caso o governo insista em exigir que elas aceitem prazo curto, lucro baixo e sociedade com estatais

Simone Kafruni
postado em 24/05/2015 08:03
O governo terá que ser mais claro, menos intervencionista e mais generoso se quiser atrair investidores dispostos a enfrentar o quadro recessivo da economia brasileira e disputar algum leilão do novo pacote de infraestrutura que será anunciado em 9 de junho. Adiado mais de uma vez, o plano de concessões é visto com muito ceticismo pelo mercado. As condições estão mais adversas, com redução de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ; principal fonte de crédito para os empreendimentos ;, as maiores empreiteiras do país envolvidas na Operação Lava-Jato, com problemas de caixa e credibilidade, e o próprio governo engessado pela necessidade de medidas duras de ajuste fiscal.

Especialistas avisam que o governo precisa adotar uma nova postura nas regras das concessões, flexibilizar exigências, ampliar prazos e preços-teto e oferecer tarifas mais realistas e taxas de retorno verdadeiramente atrativas. Ainda assim, alguns leilões correm o risco de resultar em salas vazias, sem interessados. Para o coordenador do núcleo de Logística e Infraestrutura da Fundação Dom Cabral (FDC), Paulo Resende, não há a menor chance de o sucesso do programa de concessões de 2013 se repetir agora, em termos de ágios e tarifas. ;O governo não pode mais ser sócio operador dos projetos;, destaca. O Ministério do Planejamento afirmou que não vai se pronunciar sobre o tema antes do anúncio do pacote de concessões.



O propósito do pacote não é planejamento estratégico, e sim retomada do crescimento para aquecer a economia, ao ver de Resende. ;Se fosse planejado, se discutiria quais são os melhores corredores logísticos e a integração entre modais de transporte. Mas o que se faz é uma ação emergencial. E, para atrair investidores privados, o governo tem que retirar sua participação. Nada de 49% da Infraero na concessão de aeroportos ou a Valec (estatal ferroviária) gerenciando as cargas nos trilhos;, ressalta.

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