Economia

MPs que dificultam acesso ao seguro-desemprego devem ter votação apertada

Antonio Temóteo
postado em 25/05/2015 08:05
Após anunciar um corte de R$ 69,9 bilhões do Orçamento de 2015 para tentar equilibrar as contas públicas na última sexta-feira, o governo terá a dura tarefa de convencer a base aliada no Senado Federal. Dela depende a aprovação das medidas provisórias que alteram a concessão de benefícios previdenciários (MP n; 664) e trabalhistas (MP n; 665). E o tiro pode sair pela culatra. Pelas contas do Executivo, a maior parte dos 81 senadores deve votar a favor dos textos na sessão marcada para amanhã. Mas a margem está apertada, com o apoio de 43 a 45 integrantes da Casa.

O risco que alguns parlamentares traiam os acordos é alto, porque as medidas são impopulares e trarão ônus políticos nas bases eleitorais. Uma debandada de três ou cinco congressistas do bloco de apoio ao ajuste pode inviabilizar as mudanças propostas para o pagamento de pensão por morte e seguro-desemprego. Caso isso ocorra, será uma sinalização ao mercado de falta de compromisso do Legislativo com o rigor fiscal defendido pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

A votação das MPs tende a ser dramática, com fogo amigo já anunciado. Os senadores petistas Lindbergh Farias (RJ) e Paulo Paim (RS) se uniram a outros nove parlamentares para declarar o voto contrário às medidas provisórias e Farias chegou a pedir a cabeça de Levy. O bloco contra as medidas tem a adesão de Lídice da Mata (PSB-BA), Roberto Rocha (PSB-MA), Antônio Carlos Valadares (PSB-ES) e João Capiberibe (PSB-AP), Roberto Requião (PMDB-PR), Cristovam Buarque (PDT-DF), Marcelo Crivella (PRB-RJ), e Hélio José (PSD-DF). Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), que, embora não integre a base, tem votado em muitas matérias com o governo, também integra a lista. Todos assinaram um manifesto que também foi ratificado por centrais sindicais e economistas. ;Lindbergh está tentando criar factoides para aparecer porque sofreu uma derrota expressiva nas eleições para governador do Rio de Janeiro. É uma tentativa de recuperar o capital político que perdeu;, diz um correligionário na condição de anonimato.

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