O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, reforçou que a economia brasileira atravessa um momento de ;ajuste importante e necessário para a retomada do crescimento econômico sustentável lá na frente;.
;2015 deve ser encarado como um ano de transição para a nova realidade da política;, disse Tombini, em audiência pública na Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso Nacional nesta terça-feira (26/05), repetindo o discurso feito no último dia 22 durante o ;XVII Seminário de Metas para a Inflação;, no Rio de Janeiro. Ele reconheceu que a inflação atualmente está elevada, acima de 8% no acumulado em 12 meses, e só deverá apresentar recuo a partir do início do próximo ano. A meta determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e que precisa ser perseguida pelo órgão é de 4,5% ao ano, com teto de 6,5%. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrado na primeira quinzena de maio (IPCA-15) foi de 8,24%, no acumulado em 12 meses.
Durante suas explicações na CMO, o presidente do BC assegurou que a autoridade monetária ;continuará vigilante; para assegurar que os efeitos dos ajustes de preços sobre a inflação ;fiquem circunscritos ao curto prazo e para que a inflação medida pelo IPCA convirja para o centro da meta de 4,5% no final de 2016;.
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De acordo com Tombini, as medidas de ajuste fiscal são contracionistas a curto prazo e que é um remédio que precisa ser aplicado neste momento. ;À medida que os ajustes começarem a produzir seus efeitos, eliminando distorções, melhorando a alocação dos recursos na economia e aumentando os incentivos ao investimento, testemunharemos a recuperação da confiança dos consumidores e dos empresários;, afirmou o presidente do BC aos parlamentares.
Pedaladas
Um dos motivos da audiência na CMO era que Tombini explicasse as pedaladas, atrasos dos pagamentos do Tesouro Nacional aos bancos públicos, e que estão sendo investigadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O presidente do BC é um dos 17 nomes citados no processo que estão sendo ouvidos, ao lado do ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, e do ex-secretário do Tesouro, Arno Augustin. O economista limitou-se às justificativas orientadas pela Advocacia Geral da União (AGU) e que foram encaminhadas ao Tribunal considerando que as operações estavam dentro da legalidade. ;Isso está em processo no TCU, não teríamos problemas de compartilhar;, disse ele aos deputados e senadores presentes. ;São aspectos jurídicos que estão sendo avaliados. Eu não sou advogado. Parecer da AGU mostrou que referidos eventos são contratos de prestação de serviços. Essa é a avaliação da Consultoria Geral da União;, afirmou.