Enviada Especial, Luisa Ikemoto
postado em 27/05/2015 06:00
Bangcoc - Enquanto o Brasil fervilha com polêmicas na área da política econômica e trabalhista, outros países demonstram interesse em acompanhar o que está ocorrendo no cenário nacional. O ajuste fiscal realizado pelo atual governo, assim como a PL da terceirização e a desvalorização da moeda foram assunto de um seminário que ocorreu na Tailândia durante uma missão do governo brasileiro para estreitar os laços comerciais entre as duas nações.O encontro, entitulado ;Uma nova década para Brasil e Tailândia no comércio e investimentos privados;, teve como intuito apresentar os atrativos do mercado doméstico para tailandeses interessados em investir no país. Ao subir ao palco, o ex-secretário de Comércio Exterior e atual assessor econômico para a embaixada da Tailândia, Welber Barral, traçou um quadro completo do atual cenário econômico do país. ;Fazer negócios no Brasil é difícil, mas necessário;, disse ele ao lembrar que o mercado consumidor interno está em crescimento, e que logo o país deve ser a quinta maior economia mundial.
Os executivos presentes questionaram Barral sobre os custos da produção brasileira. O assessor explicou que o país passa por um momento de ajuste interno, citando recentes escândalos políticos e destacando a PL da Terceirização que poderá possibilitar uma flexibilização nas contratações, e o ajuste fiscal praticado pelo governo.
O embaixador da Tailândia no Brasil, Pitchayaphant Charnbhumidol, que recebeu a comitiva de brasileiros no país, fez uma apresentação colocando o país latino como a porta de entrada para o Mercosul, e a Tailândia em uma posição similar em relação ao bloco econômico Asean. Em 2014, as relações comerciais entre os dois países movimentaram cerca de US$ 4 bilhões, com um saldo positivo para o Brasil de US$ 181 milhões. Ele tem expectativas de dobrar esse volume nos próximos anos.
Neste ano, apenas no primeiro trimestre, a maior parte da exportação da Tailândia para o Brasil foi na área de peças automotivas, somando US$ 86 milhões. No mesmo período, os principais produtos vendidos para o país asiático pelos brasileiros foram vegetais e derivados, chegando a US$ 194 milhões.
Durante o encontro, o secretário de Comércio Exterior de Goiás William O;Dwyer apresentou os benefícios para negócios no estado do Centro-Oeste, como infraestrutura e incentivos fiscais. Nesta terça-feira (26/5), antes de embarcar de volta para o Brasil, a comitiva também se encontrou com membros da Câmara do Comércio da Tailândia. Na reunião, estiveram presentes empresários do setor alimentício dos dois países, que demonstraram grande interesse em fechar negócios.