Agência France-Presse
postado em 09/06/2015 07:48
A Grécia entregou um novo plano de reformas aos credores, União Europeia (UE) e Fundo Monetário Internacional (FMI), em busca de um acordo que permita financiar o país, cuja capacidade de pagamento está praticamente esgotada, afirmou à AFP uma fonte europeia. Atenas apresentou uma "contraproposta" às instituições, que estão examinando, afirmou a fonte, que não revelou detalhes sobre o conteúdo do documento.[SAIBAMAIS]Dois representantes do primeiro-ministro grego Alexis Tsipras, entre eles o chefe das negociações políticas, Euclid Tsakalotos, viajara, na segunda-feira a Bruxelas para avaliar as possibilidades de um eventual acordo com os credores. Os emissários se reuniram com o comissário europeu de Assuntos Econômicos, Pierre Moscovici, segundo a mesma fonte.
A Grécia espera a liberação de uma parcela de 7,2 bilhões de euros do FMI, UE e Banco Central Europeu (BCE), que em troca exigem um aumento do IVA para a energia elétrica e o fim dos subsídios aos aposentados, medidas que o governo de Atenas rejeita. No fim de junho, a Grécia deve pagar 1,6 bilhão de euros ao FMI.
Até agora, o governo de esquerda radical grego havia apresentado uma oferta de acordo de 47 páginas, que incluía várias concessões em termos fiscais e orçamentários, a respeito de seus compromissos eleitorais.
A contraproposta grega recebida nesta terça-feira em Bruxelas contempla a compra por Atenas dos títulos gregos em mãos do BCE, uma ideia apoiada há muito tempo pelo ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, segundo uma fonte europeia.
Como parte da ajuda aos países mais afetados pela crise da dívida, o BCE decidiu em 2010 comprar títulos soberanos gregos por um valor nominal de 27 bilhões de euros. Ao mesmo tempo, o primeiro-ministro grego advertiu, em uma entrevista ao jornal italiano Corriere della Sera, que a ausência de um acordo sobre o país significaria "o princípio do fim" para a zona do euro.
Ao ser questionado se um fracasso a respeito da Grécia representaria um fracasso da Europa, Tsipras respondeu: "Acredito que é evidente. Seria o princípio do fim da zona do euro".
Para o primeiro-ministro, uma falta de acordo sobre a Grécia levaria os mercados financeiros a buscar outro elemento frágil na Eurozona. "Se a Grécia quebrar, os mercados buscarão imediatamente outra presa", disse, em referência a Espanha ou Itália.
"Se os dirigentes europeus não podem solucionar um problema como o da Grécia, que representa 2% de sua economia, qual será a reação dos mercados para os países que enfrentam problemas muito maiores, como Espanha ou Itália, que têm uma dívida pública de dois trilhões de euros?, questionou Tsipras.
Mas o chefe de Governo grego afirma que está tranquilo a respeito da possibilidade de um acordo com os credores internacionais. "Acredito que estamos muito perto de um acordo, falta apenas a adoção de uma atitude positiva sobre nossas propostas alternativas aos cortes em aposentadorias ou à imposição de medidas que geram recessão", declarou.