Rosana Hessel
postado em 10/06/2015 13:34
O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, anunciou que o aeroporto de Curitiba estará na próxima rodada de concessão de aeroportos. Em audiência pública na Comissão de Infraestrutura do Senado Federal nesta quarta-feira (10/06), ele destacou que o governo conseguiu conceder seis aeroportos ;com sucesso; e pretende ampliar esse número e que novos estudos serão feitos ;de forma gradual;.Barbosa reconheceu que vários projetos antigos foram incluídos na segunda etapa do Programa de Investimentos em Logística (PIL), anunciado ontem por ele e pela presidente Dilma Rousseff, e que prevê a transferência da operação privada de mais quatro terminais aeroportuários: Fortaleza, Salvador, Porto Alegre e Florianópolis.
O novo programa mantém vários projetos do primeiro PIL, lançado em agosto de 2012, que não saíram do papel, como portos e ferrovias e prevê R$ 198,4 bilhões em investimentos no setor. ;São obras estruturantes. Tem projetos que eram obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e agora vamos fazer a concessão. Estão incluídas porque são obras que não foram realizadas;, disse ele acrescentando que o decreto presidencial prevê a inclusão de novos trechos. Barbosa também reafirmou ainda que o PIL será importante para ;reaquecer a economia;.
Em relação à ferrovia bioceânica, considerada por especialistas uma megalomania do governo como o trem-bala para inflar o pacote, Barbosa reconheceu que projeto é ;ambicioso;, mas ;estratégico;. ;É um projeto realista. Ele pode ser começado por partes e é diferente do trem de alta velocidade (TAV). Essa ferrovia pode ser feita por dois trechos que têm carga. Estou ciente dos estudos e das manchetes. Respeito as opiniões. Existe um estudo e é cedo para acreditar que essa ferrovia é inviável;, afirmou ele explicando que o governo chegou na estimativa de R$ 40 bilhões com base em uma média dos custos das ferrovias em construção no momento.
O senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), questionou a obra, inclusive, citou um estudo da Confederação Nacional do Transporte (CNT), em que destaca que o escoamento da soja por ferrovia por Vila do Conde, no Pará, sairia por R$ 135 a tonelada enquanto que, pelos trilhos que ainda precisam ser construídos em trechos da Amazônia até o litoral do Peru, custaria R$ 325 a tonelada. Barbosa disse que esses custos serão analisados com mais afinco pelo governo.
Aeroportos regionais
O ministro Nelson Barbosa ainda destacou que, neste ano, somente os aeroportos regionais da área da Amazônia Legal deverão ser concedidos e que os próximos serão discutidos em parceria com o ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Eliseu Padilha. Quando anunciou o PIL aeroportos, em dezembro de 2012, o governo previa um investimento de R$ 7,3 bilhões em 270 terminais regionais, mas o projeto não vingou até hoje. ;Estamos começando a fazer este ano estudos para novos aeroportos. Esse é um trabalho gradual;, afirmou Barbosa.
Apelo
O titular do Planejamento afirmou ainda que, nos próximo dias, o governo concluirá a proposta de reajuste das carreiras do Executivo que será incluída no Anexo V do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2016 que será enviado ao Congresso Nacional, provavelmente, em agosto. Em relação ao reajuste dos profissionais na área de infraestrutura, Barbosa disse que ;no mérito, essa iniciativa deve partir do Executivo;. Ele pediu aos parlamentares presentes na comissão para que não enviem emendas ainda nesse sentido. ;Peço um tempo para essa sinalização até o fim de julho para fazermos uma negociação completa até meados de agosto. Podemos fazer isso quando acharmos necessário;, disse.