postado em 11/06/2015 12:19
A presidente Dilma Rousseff disse nesta quinta-feira (11/6) que a inflação oficial, que no acumulado de 12 meses chegou a 8,47% - a maior taxa desde dezembro de 2003, preocupa o governo, mas que é ;atípica; e conjuntural, afetada pela seca e pelas variações cambiais que desvalorizaram o real. ;[Os números] Preocupam bastante, porque a inflação é um objetivo que temos de derrubar e derrubar logo. O Brasil não pode conviver com uma taxa alta de inflação. Não pode e não vai;, acrescentou.Segundo ela, a população não deve deixar de consumir por causa da alta dos preços. ;Não acho que a população tem que consumir menos, pelo contrário, a população deve continuar consumindo. A inflação deste ano é uma inflação atípica, ela é fruto de várias correções;, disse a presidente, em entrevista em Bruxelas, antes de voltar ao Brasil após participar da 2; Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da União Europeia (UE).
[SAIBAMAIS]Dilma destacou a seca nas regiões Nordeste e Sudeste que, segundo ela, elevou o preço dos alimentos, e o ajuste cambial como causas do aumento da inflação nos últimos meses. ;Esse ajuste cambial não fomos nós que provocamos, sofremos os efeitos dele;. A presidente voltou a defender o ajuste fiscal e disse que o governo está tomando as medidas ;a fim de se fortalecer macroeconomicamente para construir uma situação estável;, o que deve ter impacto no controle da inflação.
Perguntada se o Brasil está vivendo um momento de austeridade fiscal, como a Grécia, Dilma respondeu que a situação do país é muito diferente, sem desequilíbrio ou dificuldades estruturais, mas que todas as economias ainda sofrem os efeitos da crise financeira internacional de 2008. Naquela época, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva comparou a crise a uma ;marola; que não atingiria com força o Brasil. Hoje, Dilma disse que a marola virou ;onda;, em referência à expressão usada por Lula.
;Naquele momento foi marola sim, óbvio. É que depois a marola se acumula e vira uma onda. Agora, sabe por que ela vira onda: porque o mar não serenou, meu filho;, disse, citando as dificuldades de recuperação das economias dos Estados Unidos e da União Europeia. ;São sete anos de crise nas costas;, calculou. Após a entrevista, Dilma embarcou para o Brasil e vai desembarcar em Salvador, onde participará da abertura do 5; Congresso Nacional do PT.