O Palácio do Planalto já foi avisado pelo ministro do Trabalho e Emprego (MTE), Manoel Dias, que o desemprego disparou no país. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que serão divulgados na próxima semana, vão mostrar um forte fechamento de postos formais de trabalho. Pelas contas da Tendências Consultoria, pelo menos 45 mil vagas desapareceram no mês passado. Se confirmado, será o pior resultado para maio, desde o início da série histórica.
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Em um evento na Universidade de Brasília (UnB) realizado ontem, Dias não comentou os números de maio. Questionado se são preocupantes, ele apenas ressaltou que ;a redução de vagas sempre preocupa, mas são dificuldades que temos de superar;. O temor do empresariado não é à toa. Diante do ambiente de economia recessiva, não têm sobrado muitas alternativas para manter o negócio além de enxugar os gastos.
Pressionados pelo aumento da energia elétrica e dos demais reajustes de preços administrados ; que pressionam a inflação, retiram o poder de compra do consumidor e provocam desaceleração das vendas ;, os empresários mantêm um processo de demissões superior a de contratações. No acumulado de janeiro a abril, o saldo é de 137,4 mil postos fechados, o patamar mais alto registrado pelo MTE. No mesmo período do ano passado, o saldo estava positivo, com 532,4 mil vagas criadas.
Entre as atividades econômicas, a indústria e a construção civil deverão ser as principais responsáveis por manter o mercado de trabalho no vermelho, prevê Rafael Bacciotti, economista da Tendências. ;A produção desses setores tem perdido força e caminha para uma perspectiva de queda, já observada há alguns meses;, justificou. Com a intensificação do ajuste fiscal, a previsão é de que a crise no emprego também se alastre para setores, como comércio e serviços. Em abril, apenas a agricultura foi responsável por admissões superiores a desligamentos, com saldo de 8,4 mil postos.
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