postado em 22/06/2015 10:18
Bruxelas, Bélgica - Os ministros das Finanças da zona euro concluíram nesta segunda-feira (22/6), em Bruxelas, sua reunião sobre a situação da Grécia e decidiram que voltarão a se reunir esta semana para avançar visando a um acordo. ;Damos as boas-vindas às propostas da Grécia, mas é preciso mais trabalho das instituições. O Eurogrupo se reunirá de novo esta semana. Precisamos de um acordo nos próximos dias;, anunciou no Twitter Valdis Dombrovskis, vice-presidente da Comissão Europeia.
Pouco antes, o ministro finlandês Alex Stubb também anunciou no Twitter o fim da reunião, afirmando que "as instituições avaliam as propostas de Atenas". como antecipou a porta-voz da chanceler alemã Angela Merkel, a cúpula da zona euro desta segunda-feira acabou tendo um simples caráter consultivo. "Sem base de decisão", ou seja, sem acordo entre Atenas e seus credores (FMI, BCE, Comissão Europeia) "a cúpula de hoje poder ser apenas uma cúpula de consultas" declarou o porta-voz Steffen Seibert, falando à imprensa em Berlim.
[SAIBAMAIS]Segundo o ministro das Finanças alemão, a Grécia não apresentou na semana passada qualquer proposta substancial. "Nestas condições, a cúpula da zona euro em Bruxelas dará poucos resultados", afrmou Wolfgang Schauble. Já o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, afirmou que a reunião permitiria fazer uma estimativa, "o que é uma boa base para outras negociações posteriores".
Mais cedo, o primeiro-ministro grego Alexis Tsipras enumerou, ao chegar a Bruxelas, as "chaves de um acordo" com os credores: nem superávit orçamentário excessivo, nem redução das pensões, nem aumento do preço da energia elétrica e o restabelecimento da "normalidade" do direito trabalhista. "Chegamos para obter um acordo viável economicamente", declarou Tsipras antes de uma reunião com os credores do país (UE, BCE, FMI).
De acordo com o gabinete de Tsipras, ele anunciou a lista das "chaves" do acordo: "deixar para trás os superávits primários excessivos (sem o pagamento da dívida, NR) , preservar os salários e as pensões, evitar aumentos excessivos e irracionais da energia elétrica (...), restabelecer a normalidade nas relações trabalhistas, promover reformas estruturais (...) e a lucha contra a fraude fiscal e a corrupção".
Após cinco meses de negociações, os principais personagens da crise grega se encontram nesta segunda-feira em Bruxelas em duas reuniões: uma de ministros das Finanças, que será seguida por uma cúpula de chefes de Estado e de Governo da Eurozona. Os credores da Grécia esperam que Atenas apresente uma série de reformas para liberar uma parcela de empréstimo do plano de resgate financeiro de 7,2 bilhões de euros, bloqueada há vários meses e que o país precisa com urgência.
Se não receber a parcela, a Grécia pode não ter condições de pagar 1,5 bilhão de euros que deve ao FMI até 30 de junho. O país cairia assim em uma situação de default (suspensão de pagamentos) e abriria um período de incerteza para o conjunto da zona do euro.
O presidente francês, François Hollande, afirmou nesta segunda-feira que deseja um acordo global e duradouro entre Atenas e seus credores. "O que não quero é que seja um acordo parcial ou limitado no tempo. Desejo um acordo global e duradouro", disse Hollande, antes de ressaltar que a França fará "todo o possível para que um acordo seja anunciado nas negociações".