Agência France-Presse
postado em 22/06/2015 19:47
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, considerou nesta segunda-feira (22/6) que as propostas de seu país para fechar o orçamento para 2015 e 2016 sobre a base de superávit primário, desejadas pelos credores, "superam" as suas metas. Em uma carta ao presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, à qual a AFP teve acesso, Tsipras explica que, para chegar a um superávit primário de 1% em 2015 e 2% em 2016, percentuais desejados pelos credores (UE e FMI), esses últimos propuseram "medidas horizontais", fáceis de avaliar.Leia mais notícias em Economia
Elas seriam de 1,5% do PIB em 2015 e 2,5% em 2016, enquanto as propostas gregas consideram um aumento das receitas públicas de 1,51% do PIB em 2015 e de 2,87% em 2016. "Assim está claro que as metas propostas serão superadas", afirmou.
[SAIBAMAIS]O governo grego também aceitou a ideia de prolongar o atual programa de resgate que corre até 30 de junho para evitar um ;default;, afirmou nesta segunda-feira à imprensa em Bruxelas uma fonte do executivo. "Estamos falando da essência do prolongamento do programa", disse a fonte, sem informar quantos meses poderia se estender o atual plano de assistência financeira vigente desde 2012. "Pela primeira vez, aceitamos o prolongamento do programa como o único caminho a seguir", disse à imprensa outra fonte grega.
A Grécia e seus 18 sócios da zona do euro participam na noite desta segunda-feira, em Bruxelas, de uma cúpula extraordinária para dar um impulso político no acordo nessa semana entre Atenas e seus credores, segundo indicaram vários dirigentes europeus.
No dia 20 de fevereiro, a Grécia e seus sócios concordaram em estender por quatro meses, até 30 de junho, o segundo programa de resgate, acordado em 2012 com seus credores e prolongado já em dezembro do ano passado. O programa do FMI vigora até março de 2016. No dia 30 de junho, Atenas deve reembolsar ao FMI mais de 1,5 bilhão de euros. Tudo indica que não poderá efetuar o pagamento sem a última parcela da ajuda financeira europeia, de 7,2 bilhões de euros.
Pelo lado dos credores europeus, a extensão do atual programa está em negociação há várias semanas, embora não haja detalhes sobre por quanto tempo.
Enquanto o programa for mantido, a Grécia poderá receber do Banco Central Europeu (BCE) o apoio a seu sistema bancário, cuja queda de depósitos se acelera. O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, estimou nesta segunda-feira que as propostas de Atenas são "uma oportunidade para alcançar um acordo nesta semana". "É um passo em uma direção positiva. Também acho que é uma oportunidade para alcançar um acordo nesta semana", afirmou.
Um dos membros da delegação negociadora grega disse à imprensa que agora "o importante é que nosso texto é considerado como a base" para um futuro acordo. "Apresentamos o texto que queriam, com os objetivos que as instituições credoras da Grécia queriam", acrescentou.
Os 19 ministros de Finanças da zona do euro voltarão a se reunir na quarta-feira em Bruxelas para que a Grécia e seus credores "alcancem resultados", disse o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, ao fim de uma cúpula extraordinária de chefes de Estado. "As novas propostas gregas são um passo positivo adiante", declarou Tusk, alertando que ainda há trabalho pela frente. "O Eurogrupo deve alcançar resultados na quarta-feira à noite", véspera de um encontro dos 28 membros do bloco, acrescentou.