Economia

Taxa de juros para pessoa física chega ao recorde de 57,3% em maio

A maior alta foi registrada no rotativo do cartão de crédito, que subiu 13,1 pontos percentuais para 360,6% ao ano

Antonio Temóteo
postado em 23/06/2015 11:30
Os juros médios cobrados pelos bancos nas operações com pessoas físicas, excluindo o crédito imobiliário e rural, chegaram 57,3% ao ano, segundo informações divulgadas nesta manhã (23/6) pelo Banco Central. Essa taxa média é a maior desde março de 2011, quando a série histórica teve início.

As taxas de juros médias cobradas pelo sistema financeiro em todas as operações também tiveram alta. A expansão foi de 0,6 ponto percentual em relação a abril e o indicador chegou a 27,1% ao ano. Conforme o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, detalhou que as elevações estão ligadas ciclo de aperto monetário iniciado pelo BC que levou a Selic a 13,75% ao ano.

A inadimplência, considerados atrasos superiores a 90 dias, teve alta de 0,1 ponto percentual e ficou em 5,4% para as pessoas físicas. A taxa de juros mais alta na pesquisa do BC é a do rotativo do cartão de crédito, que subiu 13,1 pontos percentuais para 360,6% ao ano. A taxa média das compras parceladas com juros, do parcelamento da fatura do cartão de crédito e dos saques parcelados, subiu 1,3 ponto percentual para 115,9% ao ano.

[SAIBAMAIS]A taxa do cheque especial chegou a 232% ao ano, em maio, com alta de 6 pontos percentuais. Já a taxa do crédito consignado (com desconto em folha de pagamento) subiu 0,3 ponto percentual para 27,2% ao ano.

A taxa média do crédito para as empresas subiu 0,3 ponto percentual para 26,9% ao ano. A inadimplência das empresas subiu 0,1 ponto percentual para 4%. Esses dados são do crédito livre, em que os bancos têm autonomia para aplicar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros.



No caso do direcionado (empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural e de infraestrutura), a taxa de juros do crédito para as empresas subiu 0,6 ponto percentual para 9,6% ao ano. No caso das famílias, houve alta de 0,3 ponto percentual, com taxa em 9% ao ano.

A inadimplência do crédito direcionado ficou estável em 0,7% para empresas e subiu 0,1 ponto percentual para 2%, no caso das pessoas físicas.

O saldo das operações de crédito no país chegou a R$ 3,081 trilhões, em maio, com crescimento de 0,7% no mês e 10,1% em 12 meses. No ano, a expansão ficou em 2,1%.

Com informações da Agência Brasil.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação