Economia

Sócios da Grécia na Eurozona acusam Atenas de fechar porta a negociações

Anúncio de um referendo para 5 de junho, a apenas três dias de um possível default, deixou Eurogrupo surpreso

Agência France-Presse
postado em 27/06/2015 11:10
Bruxelas, Bélgica - Os sócios da Grécia na zona do euro acusaram neste sábado (27/6) o governo de Alexis Tsipras de fechar a porta às negociações com seu anúncio de um referendo para 5 de junho, a apenas três dias de um possível default.

"Estou negativamente surpreso com a decisão do governo grego de hoje (sábado) (...) É uma decisão triste para a Grécia porque fecha a porta a mais discussões, quando a porta seguia aberta", disse o chefe do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, antes de uma nova reunião dos ministros das Finanças do euro em Bruxelas.

Chefe do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, negativamente surpreso com a Grécia

Na mesma linha, o ministro alemão Wolfgang Schauble disse que, com seu anúncio de um referendo sobre as propostas dos credores (Comissão Europeia, BCE e FMI), o governo grego "rompeu unilateralmente as negociações". Segundo ele, "não há mais base para negociações". "Nenhum dos meus colegas com quem falei vê possibilidade alguma do que podemos fazer agora", acrescentou.

A Comissão, por sua vez, mostrou-se mais otimista, e o comissário de Assuntos Econômicos, Pierre Moscovici, afirmou que "um acordo não está fora de alcance", apesar do calendário apertado. O funcionário disse que as ofertas apresentadas são "favoráveis para a Grécia e para o povo grego" e que as divergências entre as partes "são muito limitadas e estão bem identificadas".

Por sua vez, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, declarou que seguirão trabalhando com as outras instituições credoras de Atenas para "restaurar a estabilidade e a independência financeira da Grécia e permitir o desenvolvimento do crescimento e da competitividade do país".

[SAIBAMAIS]

Pela quinta vez em dez dias, os 19 ministros das Finanças se reúnem em Bruxelas para examinar as negociações com a Grécia, que na quinta-feira enfrenta um pagamento de 1,5 bilhão de euros ao FMI, que podenão conseguir realizar.

Com a possibilidade de default cada vez mais próxima, vários ministros disseram que o plano B para a Grécia, destinado a conter os efeitos de um não pagamento, já não é uma hipótese. "Estamos cada vez mais próximos de que o plano B se torne o plano A", declarou ao entrar na reunião o ministro espanhol, Luis de Guindos.

"Parece-me que o plano B está se convertendo rapidamente no plano A", disse o finlandês Alex Stubb, acusando a Grécia de "fechar a porta a mais negociações".

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