Agência France-Presse
postado em 29/06/2015 10:51
Atenas - A decisão de Atenas de fechar a Bolsa e os bancos durante uma semana e de impor um controle de capitais provocava a queda dos mercados de todo o mundo, um dia antes de um possível default do país.Antecipando a medida, os gregos fizeram nos últimos dias longas filas diante dos caixas eletrônicos para retirar dinheiro.
Em função disso, o transporte público será gratuito em Atenas durante uma semana para aliviar as dificuldades causadas pelo fechamento dos bancos e grande demanda de combustível, anunciou o ministro dos Transportes, Christos Spirtzis.
Os habitantes e os turistas poderão usar ônibus e metrô gratuitamente na capital do país e em sua periferia assim que a decisão for publicada no Diário Oficial na terça-feira. A iniciativa será mantida até a próxima terça-feira, 7 de julho, dia em que, a princípio, os bancos devem reabrir suas portas.
O primeiro-ministro grego Alexis Tsipras anunciou no domingo a imposição de um controle de capitais e um feriado bancário temporário, ressaltando que a poupança, os salários e as aposentadorias dos cidadãos estão garantidos.
As medidas foram decretadas após a reunião de um comitê encarregado de reagir à crise financeira, para salvar o sistema financeiro do país, que corre o risco de sofrer uma onda de saques diante da possibilidade de moratória.
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, declarou nesta segunda-feira sentir-se "traído" pelo fracasso das negociações entre a Grécia e seus credores, e lamentou que os esforços de última hora não tenham sido levados em consideração.
O governo grego não demorou a responder de forma enfática às declarações Juncker, colocando em dúvida sua "sinceridade" em relação às negociações.
"Um elemento essencial de boa fé e credibilidade em uma negociação é a sinceridade", indicou o porta-voz do Executivo, Gabriel Sakellaridis.
Pedido de calma
O primeiro-ministro Alexis Tsipras pediu calma à população. "A recusa do Eurogrupo de prolongar o programa de assistência à Grécia além do dia 30 de junho levou o BCE a não aumentar a liquidez dos bancos gregos e obrigou o Banco da Grécia a ativar as medidas de fechamento temporário dos bancos e a limitar dos saques bancários", declarou Tsipras
Tsipras também disse no domingo que voltou a pedir à União Europeia e ao Banco Central Europeu (BCE) uma extensão do programa de ajuda para o país, que foi rejeitada no sábado.
Segundo ele, o pedido foi feito "ao presidente do Conselho Europeu e aos 18 dirigentes dos Estados-membros, além do presidente do BCE, da Comissão e do Parlamento Europeu". O primeiro-ministro disse que "espera uma resposta imediata".
As medidas foram decretadas após a reunião de um comitê encarregado de reagir à crise financeira, para salvar o sistema financeiro do país, que corre o risco de sofrer uma onda de saques diante da possibilidade de moratória.
O Banco Central Europeu deu um alívio a Atenas neste domingo ao anunciar a manutenção do nível de fornecimento de liquidez com caráter de urgência para os bancos gregos, mas informou que não elevará o limite estabelecido para o sistema de financiamento de emergência.
As autoridades dos bancos centrais surpreenderam os inúmeros analistas que esperavam que o BCE interrompesse, neste domingo, os empréstimos de urgência, conhecidos como ELA, que no momento são a única fonte de financiamento dos bancos gregos e da economia do país.
Fora da Grécia, vários países, entre eles a Alemanha, recomendaram que seus cidadãos levem dinheiro em espécie se viajarem para a Grécia.