Economia

Ministro das Finanças deixará o cargo se o 'Sim' vencer referendo na Grécia

O referendo tem como objetivo saber se os gregos aceitam ou não as propostas financeiras e de reforma dos credores do país, em troca do repasse de ajuda a Atenas

Agência France-Presse
postado em 02/07/2015 06:41
Atenas, Grécia - Yanis Varoufakis afirmou nesta quinta-feira (2/7) que deixará o cargo de ministro das Finanças da Grécia se o ;Sim; vencer o referendo do próximo domingo. Em uma entrevista ao canal Bloomberg, ele foi questionado se permanecerá como ministro das Finanças na segunda-feira em caso de vitória do ;Sim; e respondeu: "Deixarei de ser".

[SAIBAMAIS]O referendo tem como objetivo saber se os gregos aceitam ou não as propostas financeiras e de reforma dos credores do país, em troca do repasse de ajuda a Atenas. O governo de esquerda radical do partido Syriza faz campanha pelo ;Não;. Segundo o primeiro-ministro Alexis Tsipras, as propostas dos credores aumentam a austeridade e não resolvem o problema da grande dívida pública da Grécia (180% do PIB).

Vários líderes europeus temem que uma vitória do ;Não; leve a Grécia a deixar o euro, uma opinião que não é compartilhada por Varoufakis. "Se o ;Não; vencer, como recomendamos ao povo grego, começaremos imediatamente a negociar e, acreditem, existirá um acordo com bases muitos diferentes ao das instituições credoras" (FMI, BCE e Comissão Europeia), disse o ministro das Finanças.



As propostas feitas pelos credores foram apresentadas na semana passada "no modo ;pegar ou largar;", afirmou Varoufakis. O ministro reiterou que a consulta de domingo não é um referendo sobre a permanência da Grécia na união monetária. "Queremos desesperadamente seguir no euro, apesar de criticarmos seu marco institucional", afirmou.

Varoufakis descartou a possibilidade e a capacidade do país retornar ao dracma. "Não temos a capacidade para fazê-lo", declarou à rádio australiana ABC. "Não temos prensas para imprimir cédulas". A Grécia abriu mão das prensas em 2000, um ano antes do país entrar na zona do euro, pois esta é concebida como uma "união monetária irreversível", explicou o ministro.

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