Agência Estado
postado em 10/07/2015 09:59
O Parlamento grego se pronuncia nesta sexta-feira (10/7) sobre as novas propostas de Atenas, que devem convencer ao mesmo tempo a ala esquerda do partido do primeiro-ministro Alexis Tsipras, os gregos que as rejeitaram em referendo e os credores do país.O Executivo de Tsipras entregou na noite de quinta-feira aos seus sócios da Eurozona um pacote de medidas propostas, apenas duas horas antes do último prazo fixado à meia-noite.
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A oferta, em um documento de 13 páginas, inclui medidas às quais a coalizão de esquerda radical Syriza, o partido de Tsipras, havia se oposto, e que o próprio povo grego rejeitou no referendo de domingo passado por mais de 60% dos votos.
Entre estas medidas figuram uma série de propostas para aumentar as receitas públicas que incluem o aumento do IVA e uma reforma das aposentadorias e da administração pública, tudo isso em troca do financiamento a três anos solicitado na quarta-feira ao Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEDE).
Segundo o texto das propostas publicado pelo governo, a Grécia deseja uma solução para pagar sua enorme dívida pública, que representa 180% do PIB, e "um pacote de 35 bilhões de euros" destinado ao crescimento.
"Enfrentamos decisões cruciais", disse Tsipras aos parlamentares, segundo a agência estatal ANA.
Em uma tentativa de evitar possíveis fissuras dentro de sua própria formação, Tsipras convocou os parlamentares a "permanecer unidos e firmes ante estas importantes decisões quando votarem".
Não se sabe como reagirão às propostas os credores da Grécia: o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Central Europeu (BCE) e a Comissão Europeia.
As instituições anunciaram que estudarão ainda nesta sexta-feira em uma conferência telefônica as propostas gregas, "para entregar uma análise conjunta" no sábado aos ministros das Finanças da zona do euro (Eurogrupo). Este Eurogrupo é realizado antes de uma cúpula extraordinária dos 28 países da União Europeia, no domingo em Bruxelas.
Com estas propostas sobre a mesa, os credores também poderão estimar o montante de ajuda a Atenas.
A Alemanha declarou que vê muito pouca margem de manobra para uma reestruturação da colossal dívida da Grécia, e se opõe a tudo o que "diminua de forma significativa o valor da dívida".
O ministro das Finanças, Wolfgang Schauble, enxerga "muito pouca margem de manobra para uma reestruturação, um reescalonamento ou outras coisas deste tipo", declarou seu porta-voz Martin Jager nesta sexta-feira em Berlim.
A Alemanha também se opõe a uma redução da dívida e a qualquer coisa que leve a "rebaixar de forma significativa o valor da dívida", disse.