Economia

Mercado mantém estimativa de alta da Selic para 14,25% este mês

A alteração das previsões reflete o tom mais duro adotado pelo Banco Central no combate à inflação

Agência Estado
postado em 13/07/2015 10:04
O IPCA de junho melhor que o esperado pela maioria fez vir à tona algumas análises de que o Comitê de Política Monetária (Copom) poderia reduzir o passo do aumento dos juros, que vinha sendo de 0,50 ponto porcentual. Essa avaliação, no entanto, ainda não chegou no Relatório de Mercado Focus, que continua mostrando previsão de alta de meio ponto da taxa básica de juros este mês, para 14,25% ao ano - atualmente a Selic está em 13,75% ao ano.

Pelo boletim divulgado nesta segunda-feira (13/7), pelo Banco Central, houve um aumento na mediana das previsões para 2016 de 12,06% ao ano para 12,25% ao ano, o que dizimou a divisão vista nas semanas anteriores sobre o nível da Selic no encerramento do ano que vem. A alteração das previsões também reflete o tom mais duro adotado pelo Banco Central no Relatório Trimestral de Inflação de junho e de afirmações contundentes de vários porta-vozes da instituição em relação à "determinação" e "perseverança" da autoridade monetária no combate à inflação.

Já sobre 2015, a previsão de 14,50% vista na semana passada foi mantida agora. Há um mês, a estimativa observada no boletim era de que a Selic encerrasse 2015 em 14,00% ao ano. A taxa média da Selic para 2015 ficou inalterada em 13,72% ao ano. Quatro semanas antes, essa taxa média estava em 13,50% ao ano. No caso de 2016, a mediana das projeções para a Selic média também ficou constante em 13,38%.

Entre os economistas que mais acertam as projeções para o rumo da taxa básica de juros, o Top 5 no médio prazo, não houve mudança para 2015: a Selic vai encerrar em 14,25% ao ano. Um mês antes eles projetavam 13,75%. Para 2016, a mediana voltou a recuar, desta vez de 12,00% ao ano para 11,75% aa. Quatro semanas atrás a expectativa era de 11,50%.

Câmbio
O relatório Focus apresentou ainda um leve ajuste para a cotação do dólar em 2015. A mediana das estimativas passou de R$ 3,22 para R$ 3,23. Há quatro semanas, o ponto central da pesquisa estava em R$ 3,20. Para o próximo ano, a mediana permaneceu em R$ 3,40 - um mês antes estava em R$ 3,30.

No caso do comportamento da cotação média ao longo dos anos, a pesquisa Focus ficou inalterada: para 2015, a mediana foi mantida em R$ 3,09. Quatro semanas atrás estava em R$ 3,10. Para 2016, seguiu em R$ 3,30 no período. Quatro edições anteriores do boletim Focus, a mediana das estimativas para essa variável estava em R$ 3,27.



Superávit comercial
Com a mudança do cenário econômico doméstico, os dados do setor externo mostraram uma sensível melhora no relatório Focus. A mediana das previsões para a balança comercial de 2015 subiu de US$ 5 bilhões para US$ 5,50 bilhões. Quatro edições antes, estava em US$ 3 bilhões. Para 2016, o ponto central da pesquisa foi ampliado de US$ 12,40 bilhões para US$ 13 bilhões de uma semana para outra - um mês antes estava em US$ 10,35 bilhões.

No caso das previsões para a conta corrente, o mercado financeiro também reduziu a expectativa de um déficit de US$ 80 65 bilhões para US$ 80,50 bilhões em 2015. Quatro semanas atrás, a projeção era de déficit de US$ 84 bilhões. Já para 2016, a perspectiva de saldo negativo foi diminuída de US$ 73,50 bilhões para US$ 73 bilhões, um mês antes estava em US$ 76,35 bilhões.

Apesar disso, os analistas consultados semanalmente pelo BC estimam que o ingresso de investimentos para o setor produtivo será insuficiente para cobrir esse resultado deficitário em 2015 e também no ano que vem. Nos últimos meses, segundo participantes, os analistas tentam reestimar as projeções levando em consideração a mudança de metodologia da nota do setor externo, em abril. A mediana das previsões para o novo Investimento Direto no País (IDP) passou de US$ 67 bilhões, onde já estava há um mês, para US$ 66 bilhões em 2015. Para 2016, permaneceu em US$ 65 bilhões pela sétima semana consecutiva.

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