Washington, Estados Unidos - A queda dos preços do petróleo terá apenas um efeito moderado sobre o crescimento mundial, que deve limitar-se a aproximadamente meio ponto percentual em 2015-2016, avaliou o Fundo Monetário Internacional em relatório publicado nesta terça-feira.
"Outros choques devem limitar este efeito positivo", acrescentou o Fundo Monetário Internacional, citando, entre outros, a desaceleração do crescimento nos países emergentes e em desenvolvimento, assim como os riscos geopolíticos.
O Fundo rebaixou na semana passada sua previsão de crescimento mundial para 3,3% em 2015 e manteve em 3,8% a taxa para 2016.
O FMI ressalta que "a rapidez e a amplitude da queda dos preços do petróleo bruto pode criar potencialmente tensões financeiras que reduziriam seus benefícios, embora esses efeitos até agora tenham sido contidos".
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Entre os pontos positivos, a instituição ressalta que a queda dos preços do petróleo contribuiu para a redução da gasolina e da energia, fundamentalmente na Europa, enquanto que essa queda foi muito mais moderada no Oriente Médio e a África subsaariana.
Entre as causas da queda dos preços do petróleo bruto, de cerca de 50% em um ano, o FMI cita o aumento da produção fora da Opep, sobretudo de hidrocarbonetos de xisto na América do Norte, mas também a um aumento da produção em alguns países do cartel como Iraque, Líbia e Arábia Saudita. Paralelamente, verifica-se uma contração da demanda na Europa e na Ásia.
"Embora o fluxo de investimentos financeiros no setor de petróleo nos últimos anos possa ter contribuído com a volatilidade dos preços, é difícil encontrar provas claras de que os elementos especulativos e o financiamento do setor tenha levado à queda dos preços", ressaltou o FMI.
O organismo afirma que as perspectivas de evolução dos preços do petróleo continuam sendo incertas mas os elementos que levaram à queda devem permanecer no médio prazo.
Segundo o FMI, os mercados preveem um preço de 75 dólares o barril até 2020 (contra 52 dólares em média atualmente) "mas a experiência recente (...) faz pensar que pode haver muita volatilidade em torno dessa tendência à alta".