Economia

Contração maior no Brasil gera ambiente mais desafiador para meta fiscal

Agência Estado
postado em 15/07/2015 13:36
A expectativa de contração mais forte do que o inicialmente previsto para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2015 gera um ambiente mais desafiador para o governo alcançar a meta de superávit primário este ano, afirmou o diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental do Fundo Monetário Internacional (FMI), Alejandro Werner, em uma entrevista coletiva nesta quarta-feira, 15.

Werner avalia que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, tem mostrado "total comprometimento" para atingir a meta de 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano. "Reconhecemos que é um ambiente mais desafiador e é importante que os mercados e os agentes econômicos reconheçam o comprometimento do governo com a sustentabilidade fiscal de médio prazo", afirmou o diretor do FMI quando questionando sobre a possibilidade de mudança da meta fiscal no Brasil.

"Houve significativo ganho nesta credibilidade nos últimos seis meses", disse Werner, destacando que a situação fiscal do Brasil se "deteriorou severamente nos últimos anos", a ponto de reverter um superávit e atingir um déficit em 2014. Por isso, ele ressalta que a presidente Dilma Rousseff estabeleceu políticas para voltar a ter uma trajetória sustentável nas contas públicas.



"É o jeito certo de ir. A meta fiscal para 2015 e 2016 é o caminho correto. A situação atual na qual a contração da economia brasileira é muito maior do que o esperado gera um ambiente muito mais desafiador para alcançar a meta", disse Werner. O FMI, segundo ele, está monitorando as discussões sobre a meta.

No começo de sua apresentação aos jornalistas, Werner frisou a forte queda da confiança de empresários e consumidores no Brasil que tem provocado contração significativa do investimento privado e desaceleração do consumo mais forte que o previsto, impedindo que o PIB do país avance. Por isso, a previsão do FMI é que a economia brasileira tenha contração de 1,5% este ano.

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