Envelhecer no Brasil se transformou em um fardo para milhões de pessoas que esperavam ter tranquilidade após a aposentadoria. O aumento da expectativa de vida ao nascer ; hoje em 74,9 anos ; contribuiu para uma existência mais longa, mas impôs desafios para a sociedade. Com a crise econômica e o aumento do desemprego entre os jovens, os idosos se veem obrigados a dar abrigo aos parentes que foram alijados do mercado ou não têm qualificação para conseguir um trabalho bem remunerado.
Em muitos casos, aqueles que deveriam receber os cuidados da família são obrigados a sustentar os bisnetos, que são sua quarta geração, com os benefícios que recebem da Previdência Social. São comuns os casos em que pessoas com mais de 60 anos têm de fazer bicos para complementar a renda e conseguir bancar as despesas de uma casa cheia.
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Assim vive a aposentada Gesília Santos da Silva, 70 anos. Natural de Correntes (PI), a idosa foi uma das pioneiras de Brasília. Migrou para a capital do país aos 10 anos, durante as obras de construção do Distrito Federal. Ela se casou na cidade e deu à luz quatro filhos: Leandro, 44 anos; Laime, 38; Sebastião, 34; e Gabriel, 24. Os homens saíram de casa e constituíram a própria família, mas a filha ainda vive com a mãe na Estrutural para que as crianças possam ir à escola.
Laime tem dois filhos: Raisa, 19, e José Carlos, de 4. A neta de Gesília também é mãe, e a aposentadoria de um salário mínimo da idosa ajuda no sustento da bisneta. Gesília reclama que o benefício mal dá para pagar o aluguel e as contas de água e luz. Para complementar a renda, ela precisa trabalhar como costureira em um programa de capacitação profissional do Governo do Distrito Federal (GDF), onde consegue um extra de apenas R$ 500.
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