Economia

Projeção para déficit do setor externo em julho é de US$ 7 bilhões, diz BC

Em pronunciamento chefe adjunto do Departamento Econômico do Banco Central, Fernando Rocha, relata o desempenho econômico do Brasil em julho

Agência Estado
postado em 22/07/2015 12:47
O chefe adjunto do Departamento Econômico do Banco Central, Fernando Rocha, relatou que a projeção para déficit em transações correntes, em julho, é de US$ 7 bilhões. Para os Investimentos Diretos no País (IDP), a previsão da instituição é ingresso líquido de US$ 5,7 bilhões. O técnico do BC observou que a parcial para os investimentos estrangeiros, até 20 de julho, registra entrada líquida de US$ 3,6 bilhões. "Confirmando-se a projeção do BC, o déficit em conta corrente, em 12 meses, cairá de US$ 93,1 bilhões para US$ 90,8 bilhões entre junho e julho", explicou.

Rocha ainda divulgou que as parciais para julho, até dia 20, de lucros e dividendos apresentam remessas líquidas de US$ 657 milhões; juros registram despesa líquida de US$ 1,416 bilhão.

[SAIBAMAIS]Sobre a saída líquida da conta de aluguel de equipamentos, a parcial até 20 de julho estava em US$ 446 milhões. "A conta de aluguel de equipamentos não apresenta trajetória igual às demais de redução. Se manteve estável em junho e apresenta crescimento de 8,1% no primeiro semestre", calculou. O movimento desse segmento, de acordo com o técnico, se dá porque o aluguel de equipamentos está relacionado com o setor extrativo, em especial extração de petróleo.

Ainda segundo Rocha, em julho, até o dia 20, os investimentos em ações somam US$ 30,2 milhões, enquanto o volume de negociações de renda fixa no País teve saídas líquidas de US$ 3,990 bilhões no período. Ele ressaltou que esses investimentos em carteira são outra fonte de financiamento da conta corrente e que a trajetória, nos dois casos, já está alinhada com as projeção do BC para o ano. "O investidor não residente considera as condições de atividade no País", disse o economista do BC. Ele comentou que mesmo essa avaliação pode ser diferente, de acordo com setores de atividade em que os investidores estrangeiros pretendem investir, bem como sobre companhias específicas. Além disso, de acordo com ele, a taxa de câmbio mais desvalorizada torna as ações mais baratas.

Viagens internacionais

Sobre a despesa líquida com viagens internacionais, Rocha informou que em julho, até o dia 20, a soma estava em US$ 795 milhões. "Os determinantes da conta de viagem são atividade econômica e taxa de câmbio. A atividade está fraca e o câmbio, se desvalorizando", pontuou o técnico. Ele completou que, na comparação com o déficit de US$ 1,6 bilhão registrado em julho do ano passado, nota-se uma sinalização de que, no restante deste mês, deve permanecer com resultados inferiores aos de 2014. As despesas líquidas das viagens internacionais nos primeiros dias de julho refletem US$ 287 milhões de receitas e US$ 1,082 bilhão de despesas. "A tendência da conta de viagens internacionais permanece de redução ante 2014."

O técnico salientou que a redução está estável ao longo do primeiro semestre, mas há muita diferença na relação mês a mês. Em junho, ficou igual. "Olhando só as despesas, há uma redução de um pouco menos de 20%, que se mantém nesse patamar ao longo do semestre", comparou.

Rocha comentou que, na conta de viagens internacionais, junho teve um "resultado interessante", já que ficou estável ante o mesmo mês do ano passado. "Quando se vai ver o resultado por dentro, houve redução de despesas e receitas", salientou. Ele lembrou que em junho do ano passado houve a abertura da Copa do Mundo no Brasil, quando um aumento das receitas começou a ser visto. "Quando se observa junho contra junho, há queda forte nas receitas. E nas despesas, a redução é mais constante em todo esse período", comparou. No semestre, a conta de viagens apresentou queda de 21%, já que passou de um déficit de US$ 8 859 bilhões na primeira metade de 2014 para US$ 6,996 bilhões nos primeiros seis meses deste ano.

Investimento de empresas no exterior


Segundo Rocha, apesar de alguma desaceleração, os Investimentos Diretos no Exterior (IDE), que registram as aplicações de empresas brasileiras lá fora, continuam a ocorrer. Ele ponderou, no entanto, que a expectativa é de um resultado menor frente a 2014. "As empresas que continuam a investir no exterior podem estar investindo em economias que têm um ciclo mais favorável e podem achar melhor desacelerar os investimentos no período", disse. Ele ainda informou que até 20 de julho o resultado parcial para o IDE estava em US$ 255 milhões.

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