Economia

Ultrapassando R$ 3,30, dólar comercial segue em alta nesta sexta-feira

Mercado continua a reagir negativamente frente ao quadro econômico delicado do Brasil. O Ibovespa também sofreu ontem, recuando 2 18%, aos 49.806,62 pontos, menor nível desde 16 de março

postado em 24/07/2015 10:34
O dólar segue em alta nesta sexta-feira (24/7), refletindo a tensão dos mercados financeiros após o corte nas metas fiscais do governo, anunciado na quarta-feira (22/7), e com o temor de que o Brasil possa a vir perder seu grau de investimento. Por volta das 9h20, a divisa subia 1,13%, cotada a R$ 3,33 na venda. Nessa quinta-feira (23/7), a moeda norte-americana fechou em alta de 1,98%, a R$ 3,291, a cotação mais elevada desde 19 de março.

[SAIBAMAIS]A bolsa também sofreu. O Ibovespa - principal termômetro do mercado acionário - recuou 2 18%, aos 49.806,62 pontos, menor nível desde 16 de março. Na avaliação dos agentes econômicos, a mudança no cenário fiscal fez subir o risco de a economia brasileira ser rebaixada pelas agências de classificação de risco. A Moody;s - que esteve recentemente no País ; pode reduzir a nota do Brasil em um degrau, mas com viés negativo. Ou seja, o país continuaria como grau de investimento, mas muito perto de perder o selo.



Superavit
Na quarta-feira, a equipe econômica reduziu a meta de superávit primário deste ano de R$ 66,3 bilhões (1,13% do PIB) para R$ 8,74 bilhões (0,15% do PIB). Além da economia menor, o governo passou a permitir um abatimento de R$ 26,4 bilhões se houver frustração de receitas, o que permite ao governo fechar o ano com um déficit primário de até R$ 17,7 bilhões. O superávit dos próximos anos também foi reduzido. A meta de 2%, prevista inicialmente para 2016, só deverá ser cumprida em 2018.

Além da questão fiscal, que vem se mostrando mais forte do que o previsto, na política, o país continua a lidar com os desdobramentos da Operação Lava-Jato e da dificuldade em negociações importantes com o Congresso. No âmbito externo, o Federal Reserve (FED) dá sinais claros de que deve promover alta dos juros em 2015, o que pode desvalorizar ainda mais o real.

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