Atenas, Grécia - A atividade de pequenas e médias empresas gregas (PME) caíram à metade, embora, em alguns casos, chegue a até 70% desde a instauração do controle de capital, apontou uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira.
Mais da metade das empresas consultadas (51,2%) indicaram uma queda de mais 50% de seu volume de negócio e, no caso, de 31,9%, esse percentual foi superior a 70%. A queda média sobe para 48%.
A pesquisa foi realizada de 21 a 27 de julho pelo instituto MARC com cerca de 1.005 empresas a pedido da Confederação Geral de Comerciantes e Artesãos (GSEVEE).
Os bancos gregos ficaram fechados entre 29 de junho e 20 de julho e governo decretou um controle de capitais draconiano. Os gregos só podiam retirar 60 euros diários nos caixas eletrônicas e as transferências para o exterior foram temporariamente proibidas.
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A reabertura dos bancos foi acompanhada por uma flexibilização progressiva do controle de capitais que permanece em vigor: saques semanais limitados a 420 euros, proibição para os particulares de transferir dinheiro ao exterior, enquanto as empresas estão submetidas à aprovação de comissões especiais.
Apesar da flexibilização, as organizações profissionais lamentam as dificuldades para pagar a seus fornecedores estrangeiros e importar o que precisam.
A pesquisa da GSEVEE destaca também o atraso tecnológico das pequenas empresas gregas, frequentemente negócios familiares, para pagar por via eletrônica a fim de adaptar-se à limitação de transações em espécie: uma em cada duas empresas não tem como pagar pela internet, e 6 em cada 10 não têm terminal eletrônico.
O impacto dessa crise se reflete no índice do setor industrial grego: em julho, segundo os dados publicados na segunda-feira pelo Markit, o índice foi o mais baixo desde maio de 1990: 30,2, muito inferior ao recorde anterior de 37,7 registrado em fevereiro de 2012.
Os funcionários consultados refletem uma forte queda da produção, dos novos pedidos para a exportação, do emprego e das compras.
Quando o PMI é superior a 50 pontos, significa que a atividade melhora, enquanto um número abaixo disso reflete contração.
As PME gregas, que são a base da economia, já haviam sentido bastante dos seis anos de recessão do país (2008-13).
A economia voltou a entrar em recessão no primeiro trimestre de 2015 e, segundo a imprensa grega, os credores preveem uma queda do PIB de entre 2% e 4% para o conjunto do ano.