Economia

Empresas de private equity mostram-se cautelosas com Grécia

Há esforços em andamento para um terceiro pacote de ajuda para o país, mas a falta de clareza em relação a detalhes de um pacote de resgate gera preocupação na comunidade de investidores

Agência Estado
postado em 05/08/2015 14:20

A Grécia poderia parecer o cenário perfeito para investidores de private equity, que compram na baixa e vendem na alta. "Para os investidores audaciosos, agora é hora de comprar, quando há sangue na rua, como dizia o Barão de Rothschild", disse Omiros Sarikas, diretor de fusões e aquisições da consultoria sediada em Londres AHV Associates.

Mas poucos assumiram esse risco, mesmo que os ativos gregos estejam muito mais atraentes, em termos de preço, que outros nos Estados Unidos e na Europa ocidental. "Com tamanha incerteza, é muito difícil fechar negócios, ou mesmo entender se alguém está comprando a bons preços ou a preços tremendamente altos", disse Hugh MacArthur, sócio e diretor global de private equity da consultoria Bain & Co.

A reabertura da Bolsa de Atenas, na segunda-feira (5/8), foi uma tentativa de caminhar para a normalidade no país mediterrâneo. Mas a Grécia ainda enfrenta um quadro delicado, após deixar de fazer um pagamento de 1,56 bilhão de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

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Há esforços em andamento para um terceiro pacote de ajuda para o país, mas a falta de clareza em relação a detalhes de um pacote de resgate - ou mesmo se a Grécia conseguirá seguir na zona do euro no longo prazo - gera cautela na comunidade de investidores. Executivos dizem que mudanças nos fundamentos são necessárias para restaurar o cenário no país.

"As pessoas diriam que há uma espécie de desafio existencial para os bancos gregos agora", afirmou Ludo Bammens, chefe de questões corporativas para Europa, Oriente Médio e África da Kohlberg Kravis Roberts & Co. Os planos da empresa de Bammens para assumir o controle de 1,2 bilhão de empréstimos feitos pelo Banco Piraeus, anunciados em dezembro, foram cancelados em abril. O acordo, se finalizado, teria revitalizado uma série de empréstimos corporativos problemáticos e permitido até mais 300 milhões de euros em investimento nas empresas que emprestaram do Piraeus.

Houve poucos acordos fechados nos últimos 12 meses, enquanto outros agentes avaliam o mercado. O diretor da Bayside Capital Managing, Ahmed Hamdani, disse que "está observando algumas poucas coisas na Grécia agora". A companhia, que tem foco em ativos em dificuldades e em situações especiais, não estava realmente focada em oportunidades na Grécia alguns meses antes. Segundo Hamdani, a razão para hesitar não era a falta de interesse, mas o fato de que os bancos gregos não estavam vendendo ativos. Fonte: Dow Jones Newswires.

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