Economia

Crise faz a bolsa de valores de São Paulo tombar 2,87%

Enfraquecimento cada vez maior do governo Dilma aumenta o nervosismo do mercado, num dia em que balanço ruim da Petrobras também desanima investidores. Ações da petroleira despencam. Dólar interrompe seis dias de alta e recua 0,83%

Antonio Temóteo
postado em 08/08/2015 08:10
Distribuidora tem 7,5 mil postos em todo o país: mercado estima captação de R$ 25 bilhões com oferta

Em mais um dia de volatilidade, a crise política, o balanço do 1; semestre da Petrobras e a intervenção do Banco Central (BC) no câmbio tiveram interferência direta, ontem, nos mercados. Na Bolsa de Valores de São Paulo (BM), os sinais de esfacelamento cada vez maior do governo da presidente Dilma Rousseff levaram o pregão a fechar em queda de 2,87%, aos 48.527 pontos. Com isso, o Ibovespa terminou a primeira semana de agosto com retração de 4,5%. Por outro lado, depois de seis altas consecutivas, o dólar recuou 0,83% e terminou o dia cotado a R$ 3,508. Na semana, a moeda acumulou alta de 2,44%.

A baixa da divisa norte-americana ocorreu após o BC ampliar a oferta diária de contratos de swap cambial ; de 6 mil para 11 mil contratos ; e anunciar a rolagem integral das operações com vencimento em setembro. Na prática, a autoridade monetária aumentou a intervenção no mercado como forma de conter a forte valorização do dólar. O movimento, porém, não foi suficiente para afastar o receio dos investidores de sofrer prejuízos com o provável rebaixamento da nota de crédito do país pelas agências de classificação de risco, diante da incapacidade do governo de executar o ajuste fiscal e a aprovação, no Congresso, de projetos que aumentam ainda mais as despesas públicas.

Para o professor do Departamento de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) José Luis Oreiro, o BC erra ao ampliar a intervenção no mercado de câmbio. Ele observa que o custo das operações de swap, que equivalem à venda futura de dólares, é enorme para um país que precisa fazer uma elevada economia para pagar os juros da dívida pública. Além disso, Oreiro ressaltou que o real desvalorizado favorece a indústria, que precisa ter preços competitivos para conseguir e manter mercados no exterior. ;Sem o crescimento desse setor o país não conseguirá sair da recessão;, comentou.

A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação