postado em 21/08/2015 06:05
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) anunciou ontem a suspensão da venda de 73 planos de saúde de 15 operadoras, devido a problemas de atendimento. O número diminuiu em relação ao último levantamento, quanto 87 planos de 22 operadoras foram suspensos ; resultado que, de acordo com o presidente da ANS, José Carlos de Souza Abrahão, é um sinal positivo. ;Isso mostra que o órgão regulador está preocupado em acompanhar o desempenho econômico, financeiro e assistencial do setor, e analisar o que, de fato, as operadoras oferecem;, disse.
As operadoras suspensas ficam proibidas de receber novos consumidores até que resolvam os problemas, que são apurados por meio do monitoramento das reclamações feitas pelos clientes, publicada pela ANS a cada três meses. No último levantamento, divulgado ontem, o número de queixas chegou a 11,9 mil ; 650 a mais que no período anterior.
As queixas contabilizadas pela agência são de natureza assistencial. A maior parte delas (44%) se deve a gerenciamento das ações de saúde por parte das operadoras, o que inclui autorizações prévias, franquia e coparticipação. Em segundo lugar, com 22% das reclamações, estão os problemas relacionados a prazos máximos para atendimento. Dificuldades com reembolso, rol de procedimentos e coberturas, e rede de atendimento também levaram os consumidores a registrarem queixas junto à ANS.
Reincidentes
Das 15 operadoras com planos suspensos no último ciclo, 11 já estavam na lista anterior, ou seja, não resolveram os problemas que as levaram à suspensão. Para a coordenadora institucional da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), Maria Inês Dolci, a reincidência é um problema que deve ser observado com muita cautela. ;A suspensão dos planos é uma medida acertada, o problema é quando as empresas cometem os mesmos erros reiteradamente. Embora não possa mais aceitar novos beneficiários, continuam prejudicado os clientes que já tem contratos firmados e precisam conviver com o serviço ruim prestado;, avaliou.
Nesses casos, segundo ela, não basta que as empresas tenham planos suspensos, elas devem ser punidas financeiramente pelo descumprimento. A ANS prevê multas de até R$ 100 mil, além da interrupção das vendas, às operadoras que tenham negado atendimento. Segundo Maria Inês, para que a medida seja tomada, é importante que as pessoas continuem prestando queixas.